Mali: Morreu o antigo Presidente do Mali

Após ter sido admitido de urgência no Hospital “Le Luxembourg” em Bamako, onde tinha sido submetido a uma operação cardíaca, o antigo Presidente tinha voltado para casa consciente. Todavia, Amadou Toumani Touré que no passado dia 4 de Novembro tinha celebrado os seus 72 anos, acabou por ter de ser evacuado para a Turquia onde acabou por falecer, revela à RFI.

Nascido no dia 4 de Novembro de 1948 em Mopti no centro do país, ATT, como era conhecido no Mali, começa um percurso na carreira docente no final dos anos 60 antes de acabar por optar pelo exército. Na sequência de vários estágios na então URSS, ele surge em meados dos anos 80, como chefe de batalhão do 33° regimento dos comandos de pára-quedistas.

Em 1991, ele torna-se um dos protagonistas do golpe de Estado militar que derruba Moussa Traoré que tinha reprimido no sangue manifestações pro-democracia.

Na chefia da Junta militar que passa a dirigir interinamente o Mali, Amadou Toumani Touré organiza eleições no ano seguinte e entrega o poder a um Presidente civil, o que lhe vale o apelido de “soldado da democracia”.Dez anos depois, chegado ao cargo de general, ele deixa o exército para ser eleito presidente do Mali em 2002, antes de ser reeleito em 2007.

Os seus dois mandatos consecutivos serão marcados por uma governação de consenso e o lançamento de reformas democráticas, sociais e económicas, o país tendo chegado nessa época a conhecer taxas de crescimento que rondavam os 6%.

Apesar deste balanço saudado a nível internacional, a 2 meses do fim do seu mandato em Março de 2012, ATT é derrubado por militares amotinados contra a incapacidade do seu executivo em travar os ataques de jihadistas no norte do país.

Desde então, apesar da intervenção da França, o país continua a digladiar-se com grupos jihadistas que alastraram a sua acção até ao centro do Mali bem como aos vizinhos Burkina Faso e Níger.

Após um exílio de 5 anos em Dakar, Amadou Toumani Touré regressou em 2017 ao seu país onde ainda chegou a assistir a um novo golpe militar no passado mês de Agosto perpetrado por alguns dos oficiais, entre os quais o coronel Malick Diaw (número 2 da Junta militar), que já tinham provocado a sua queda em 2012.

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