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Óbito de Desmond Tutu: Ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano lembra um “lutador pela igualdade”

“Queria que todas as raças ou tribos fossem parte integrante de uma mesma nação”, declarou Joaquim Chissano. “O que ele pregava procurava mostrar na prática”, acrescentou.

O ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano lembrou esta segunda-feira o arcebispo emérito sul-africano e Nobel da Paz de 1984, Desmond Tutu, como um lutador pela igualdade, considerando que os seus ideais são reconhecidos em “todas partes onde houve opressão”.

“Era um lutador pela igualdade na África do Sul e queria que todas as raças ou tribos fossem parte integrante de uma mesma nação”, declarou Joaquim Chissano, citado esta segunda-feira pelo canal de televisão privado moçambicano STV.

Desmond Tutu, arcebispo emérito sul-africano e vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1984 pelo seu ativismo contra o regime de segregação racista do apartheid, morreu no domingo aos 90 anos, na sequência de um cancro da próstata, na Cidade do Cabo.

Para Joaquim Chissano, o mundo perdeu um exemplo moral, mas as suas obras vão permanecer como uma inspiração em “todas partes onde houve opressão”.

“O que ele pregava procurava mostrar na prática”, acrescentou o antigo chefe de Estado moçambicano.

Desmond Tutu ganhou notoriedade durante as piores horas do regime racista na África do Sul, quando organizava marchas pacíficas contra a segregação, enquanto sacerdote, pedindo sanções internacionais contra o regime branco em Pretória.

Com o advento da democracia, 10 anos depois, o homem que deu à África do Sul o nome de “nação arco-íris” presidiu à Comissão de Verdade e Reconciliação criada com o objetivo de virar a página sobre o ódio racial, mas as suas esperanças foram rapidamente frustradas. A maioria negra adquiriu o direito de voto, mas continua em grande parte pobre.

Depois do combate ao apartheid, Tutu empenhou-se na reconciliação do seu país e na defesa dos direitos humanos. Contra a hierarquia da igreja anglicana, defendeu os homossexuais e o direito ao aborto, tendo nos últimos anos aberto como nova frente de combate o direito ao suicídio assistido.

Apesar do cancro da próstata diagnosticado em 1997 e de vários internamentos em hospitais, só muito gradualmente se retirou da vida pública, defendendo até ao fim o sonho de uma África do Sul multirracial e igualitária.

 

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