Dois partidos da oposição angolana rejeitaram afirmações do governo que as eleições autárquicas estão dependentes da criação de infraestruturas para albergar as autarquias.
Recentemente a ministra das Finanças Vera Daves garantiu que o Orçamento Geral do Estado (OGE) deste ano prevê dinheiro para autarquias mas acrescentou que para a construção das infraestruturas ligadas às autarquias isso depende do orgão competente aprovar ou não o uso dos fundos necessários.
A UNITA considera um argumento sem sentido. A parlamentar pela UNITA Albertina Navemba Ngolo diz que as infraestruturas para autarquias ja existem, são as mesmas que albergam os actuais administradores municipais.
Para o maior partido na oposição as eleições autárquicas devem ter lugar ainda este ano.
“O Orçamento Geral do Estado (OGE) não prevê as eleições autárquicas e refugia-se na edificação das infraestruturas autárquicas como se os 164 municípios actuais trabalhassemm debaixo de árvores”, disse.
“A hora para descentralização política e administrativa e financeira e implementação das autarquias é agora em todos os municípios”, acrescentou.
O secretário-geral do PRS Rui Malopa diz não acreditar que MPLA esteja disposto em implementar as autarquias no país.
“Se o executivo em 47 anos de independência não conseguiu criar essas infraestruturas nos 164 municípios, estará em condições agora de o fazer nos 581 municípios?”, interrogou.
A FMFWorld.Org falou ao telefone sobre o assunto com o deputado pela bancada do MPLA, Milonga Bernardo, que sem gravar entrevista considerou não ser verdade que o seu partido tenha qualquer receio na implementação das autarquias.
“Para o deputado o facto de ter sido o seu partido a colocar esta temática sobre o poder local na constituição mostra exactamente que é o mais interessado.”
A Associação Jovens pelas Autarquias (MJA) diz que as autarquias terão de ter lugar nos próximos meses, assegura o seu porta-voz Kambolo Tchiaka Tchiaka.
“Nós ja escrevemos para o presidente da república, escrevemos para Assembleia Nacional a solicitar audiências a pedir que se agende e se aprove quanto antes a lei sobre o pacote autárquico que falta”, disse.
“Nós vamos continuar a pressionar o executivo, para a realização das autarquias, em última análise, nós vamos as ruas”, disse.