“Pobreza extrema e o desemprego são os maior inimigo da juventude angolana” — Abel Chivukuvuku

O Coordenador do projecto Pra-JÁ Servir Angola afirma que muitas das normas sobre a defesa dos direitos humanos e do Estado democrático de Direito introduzidas na lei constitucional angolana são violadas pelas próprias autoridades.

O coordenador do projecto político Pra-Já Servir Angola, Abel Epalanga Chivukuvuku, considera que a pobreza compromete o futuro da juventude angolana.

Em entrevista à FMFWorld.Org, o antigo candidato a vice-presidente nas eleições de 2022 pela lista da UNITA refere que apesar de o país ter recursos naturais de elevado valor nos mercados internais, a maioria da juventude está desempregada e a deambular pelas ruas das cidades, sedes municipais e aldeias.

“Não tem valor nenhum nós nos vangloriamos, somos um país potencialmente rico, temos diamantes e depois? Com pessoas pobres, a maioria dos cidadãos pobres, não faz sentido”, afirma Chivukuvuku, para quem “o importante é conseguirmos criar um sistema que realize a vida das pessoas, realize o sonho dos jovens, das mais velhas, essas mais velhas que vão na lavra com sacos na cabeça, voltam com sacos na cabeça, (…), aos 50 anos a pessoa já envelheceu, porquê? Por carregar muita coisa na cabeça”.

Para Chivukuvuku, Angola não precisa realizar acções “para o inglês ver” e quanto a grandes projectos de investimento, como a construção do novo Aeroporto Internacional de Luanda, diz que gostaria de ver projectos para as populações mais carenciadas.

“Eu preferia ter um aeroporto modesto, mas ter índices de desenvolvimento humano de Angola pelo menos próximos de Cabo Verde, que não tem nada, próximos da Namíbia, do Botswana”, sustenta.

No campo dos direitos, o coordenador do projecto Pra-JÁ Servir Angola afirma que muitas das normas sobre a defesa dos direitos humanos e do Estado democrático de Direito introduzidas na lei constitucional angolana são violadas pelas próprias autoridades.

“Estão a dizer que você tem direito a circular, de repente queres circular não te deixam circular, estão a tedizer que você tem direito de manifestação ou de reunião, queres manifestar não podes, então, o cidadão também tem que reclamar”, desafia Chivukuvuku, para quem “não interessa nada aquilo estar tudo escrito na Constituição, nas normas, nas leis se o cidadão não usufrui dos direitos que estão explanados na Constituição”.

Em Malange, Abel Chivukuvuku admitiu que a eleição de dois deputados da UNITA na província, que mudou o xadrez político, mostra que os cidadãos ganharam um padrão de reclamação dos seus direitos acima da média angolana.

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