Portugal: Angola com saldo negativo de “514 mil milhões kz” no negócio de títulos

Nos primeiros três meses do ano, Estado emitiu títulos no valor de 956,310 mil milhões de kwanzas, valor superado em mais de 500 mil milhões pela despesa do mesmo período.

A dívida titulada no primeiro trimestre do ano registou um saldo negativo de mais de 514,4 mil milhões de kwanzas, considerando a receita de 956,310 mil milhões kwanzas (cerca de 1,5 mil milhões de dólares) com a emissão de diversos títulos e a despesa com pagamento do serviço no valor de 1,470 biliões de kwanzas (2,3 mil milhões de dólares) de emissões emitidas desde 2012.

“As obrigações de tesouro em moeda nacional, com um saldo negativo de 22,260 mil milhões de kwanzas, registaram o maior défice como resultado da emissão de 320,99 mil milhões e o serviço de dívida de 943,250 mil milhões de kwanzas dos quais 719,17 mil milhões (USD 1,13 mil milhões) corresponderam as amortizações e 224,08 mil milhões kwanzas (equivalente a 350 milhões de dólares) a juros de cupão. Cerca de 59% do serviço da dívida corresponde à emissão de títulos com indexação à variação da taxa de câmbio USD/kz e com taxas de juros fixas”.

Os bilhetes de tesouro contribuíram para o saldo negativo com um défice de 132,570 mil milhões de kwanzas (cerca de 210 milhões de dólares) como resultado de uma emissão de 375,47 mil milhões de kwanzas e o serviço da dívida no valor de 508,04 mil milhões de kwanzas (equivalente a 800 milhões), dos quais 484,13 mil milhões kwanzas (equivalente a 770 milhões de dólares) corresponderam a amortizações (95%) e kz 23,91 mil milhões de kwanzas (40 milhões de dólares) foram relativos a juros (5%).

Registou-se saldo positivo apenas nas Obrigações de Tesouro em moeda estrangeira. No período, emitiram-se 259,85 mil milhões de kwanzas (410 milhões de dólares) para a efectivação da operação de investimento dos fundos de abandono, no valor de 333,50 milhões dólares, enquanto o serviço da dívida foi de 19,48 mil milhões de kwanzas (26 milhões de dólares).

Ao analisar o saldo na emissão de títulos, o economista Alves da Rocha classifica como um cenário negativo, apesar de o Governo ‘gabar-se’ que caminha para alcançar saldo orçamental positivo com incidência para o stock da dívida. “Mas este saldo não será suficiente e o Estado terá de fazer novas emissões”, estimou, reforçando que “a questão central é para onde vai a dívida pública”.

De acordo com os dados da Unidade de Gestão da Dívida Pública, os títulos mais antigos em remuneração foram emitidos em 2012 com maturidade de 20 anos. A operação visou a capitalização e beneficiou de uma segunda operação em Junho de 2014.

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