Portugal: Europa e África “são vizinhos, parceiros e indispensáveis um ao outro” – Augusto Santos Silva

“Temos uma responsabilidade em associarmo-nos a África neste dia porque os dois continentes são vizinhos, parceiros e indispensáveis um ao outro”, afirmou Santos Silva a propósito do Dia de África.

O ministro de Estado e Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, disse esta terça-feira que o Dia de África deve “ser muito bem assinalado” na Europa, considerando que os dois continentes vizinhos são mutuamente indispensáveis.

Este dia deve ser muito bem assinalado, sobretudo na Europa. Temos uma responsabilidade própria em associarmo-nos a África neste dia porque os dois continentes são vizinhos, parceiros e indispensáveis um ao outro para que os desafios económicos, demográficos, de paz e de segurança de ambos sejam devidamente enfrentados e superados”, afirmou Santos Silva.

O chefe da diplomacia portuguesa, que falava numa mensagem a propósito do Dia de África, que se assinala esta terça-feira, reafirmou a “prioridade diplomática absoluta” dada por Portugal à parceria entre a Europa e a África e recordou que as primeiras cimeiras entre a União Europeia e África se realizaram em presidências portuguesas.

Nesta nossa presidência do Conselho da União Europeia temos avançado concretamente, substantivamente, com novas parcerias com África”, referiu.

O ministro assinalou, neste contexto, a organização, em Lisboa, do fórum de investimento verde Europa/África, considerando que “deu uma nova ênfase” à necessidade de os dois continentes “cooperarem intimamente na transição verde, no investimento, no crescimento e na prosperidade assente nos novos motores do desenvolvimento”.

Portugal detém desde janeiro a presidência rotativa do Conselho da União Europeia e manifestou, por diversas vezes, a disponibilidade para organizar a próxima cimeira União Europeia-África, adiada de 2020, mas, a falta até ao momento de datas para a realização do encontro, deverá inviabilizar a sua realização até ao final do mandato português, em junho.

O dia 25 de maio marca a fundação da Organização de Unidade Africana (OUA), em 1963, e foi proclamado como o Dia de África. Este ano, a data tem como lema as “Artes, a Cultura e o Património como Alavancas para Construir a África que Queremos”.

Em maio de 1963, à medida que a luta pela independência do domínio colonial ganhava força, líderes de Estados africanos independentes e representantes de movimentos de libertação reuniram-se em Adis Abeba, na Etiópia, para formar uma frente unida na luta pela independência total do continente.

Da reunião saiu a carta que criaria a primeira instituição continental pós-independência de África, a Organização de Unidade Africana (OUA), antecessora da atual União Africana. A OUA preconizava uma África unida, livre e responsável pelo seu próprio destino.

Em 2002, a OUA foi substituída pela União Africana (UA), que reafirmou os objetivos de “uma África integrada, próspera e pacífica, impulsionada pelos seus cidadãos e representando uma força dinâmica na cena mundial”.

O Dia de África foi também assinalado pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que destacou as “seis décadas de uma parceria fortalecida” com o continente.

Os Estados Unidos (EUA) valorizam profundamente a parceria EUA-UA ao procurar reforçar as instituições democráticas, promover a paz e a segurança duradouras, impulsionar o crescimento económico, o comércio e o investimento, e promover a segurança sanitária em África e no mundo”, escreveu Blinken na rede social Twitter.

O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, também no Twitter marcou a passagem dos 20 anos do nascimento da UA.

Hoje, mais do que nunca, a nossa determinação por um amanhã melhor, de paz, unidade e prosperidade partilhada, não deve vacilar. Continua a ser a nossa maior força”, escreveu numa mensagem em inglês.

“A luta continua”, acrescentou em português.

A UA é constituída por 55 estados-membros, incluindo a República Árabe Sarauí, reconhecida pela organização, e pelos países africanos de língua oficial portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

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