Na vasta lista dos lesados de Vale e Azevedo estão clubes, empresas, empresários, médicos, barões e o antigo Presidente da UNITA, Isaías Samakuva.
Estes credores vão ficar sem receber os mais de 60 milhões de euros em dívidas, depois de mais de 20 anos num jogo de toca e foge com a justiça.
“Recordamos que Samakuva acusou em 2009 o ex-presidente do Benfica, Vale e Azevedo, de burla depois de lhe entregar um milhão de dólares”.
A denúncia do negócio consta do pedido de insolvência da V&A empresa de Vale e Azevedo e está na posse do High Court of Justice, no Reino Unido.
O negócio foi feito durante um almoço em Londres, em Abril de 2008. João Vale e Azevedo garantiu ao então presidente da UNITA que queria investir 50 milhões de dólares em Angola, através de um projecto inovador na área do biocombustível.
Impressionado com a possibilidade da criação de postos de trabalho na exploração dos recursos naturais, Isaias Samakuva, para provar a boa-fé, tinha de investir primeiro um milhão de dólares na empresa do ex-presidente do Benfica.
Vale terá pedido três a quatro milhões, mas o líder da UNITA disse só conseguir um milhão. O negócio acabou por ser fechado durante o almoço. Até agora, nada foi investido em Angola e o milhão foi guardado por Vale e Azevedo.
Recentemente, um tribunal de Londres, no Reino Unido, declarou que João Vale e Azevedo está exonerado de insolvência, o que, na prática, significa que a justiça britânica perdoa 60 milhões de euros ao antigo presidente do Benfica.
Com a decisão da justiça britânica, são restituídos todos os direitos a Vale e Azevedo no Reino Unido, com o ex-presidente do Benfica a poder voltar a comprar imóveis ou outros bens sem que os mesmos sejam executados pelas autoridades.
“Vale a Azevedo foi detido em Inglaterra em 2012 e cumpriu uma sentença de três anos e sete meses de prisão. Foi libertado em junho, e em setembro de 2018, após mandado de detenção, fugiu para Londres, onde vive actualmente”.