spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Portugal: Holdimo garante que é “parceiro leal e estratégico” do Sporting e que CMVM “verificou licitude dos fundos” que entraram em Alvalade

Holdimo detalhou ao Observador todas as operações feitas com o Sporting, da compra de parte de passes à transformação de crédito em capital, e assegurou que CMVM realizou auditoria à operação.

No seguimento das buscas efetuadas às instalações da Sporting SAD pela Polícia Judiciária (PJ), na segunda-feira, confirmadas pelo conjunto leonino que acrescentou que estava “em causa um alegado crime de branqueamento de capitais referente ao período de 2011 a 2014”, a Holdimo garantiu esta sexta-feira ao Observador a legalidade das operações com o clube verde e branco, de quem assume ser, “há dez anos, um parceiro leal e estratégico”. “Mais do que o maior investidor privado, a Holdimo e o seu acionista são adeptos qualificados do Sporting”, diz.

“Em 25 de junho de 2015, o deputado Duarte Marques (adepto de um clube rival) enviou dois requerimentos à CMVM (n.º 34/XII (4.ª) – EI e n.º 35/XII (4.ª)) onde pergunta à entidade se tinha desenvolvido alguma diligência para apurar a origem dos capitais associados aos investimentos do Dr. Álvaro Sobrinho em Portugal, questionando, nomeadamente, se tinha sido alvo de investigação e se o regulador estava disponível para ‘verificar e seguir o rasto e a origem das verbas utilizadas por empresas detidas ou geridas pelo Dr. Álvaro Sobrinho na aquisição ou investimento em empresas em Portugal, cotadas ou não’”, recorda a Holdimo, por escrito.

“A 19 de agosto 2015, a CMVM responde ao deputado Duarte Marques nos seguintes termos: ‘No âmbito das atribuições da CMVM e em articulação, designadamente, com o Banco de Portugal, estão em curso e serão realizadas as diligências reputadas necessárias e adequadas ao apuramento da origem e ao acompanhamento das operações financeiras referenciadas nas perguntas feitas pelo senhor deputado’. A CMVM realizou uma auditoria a toda a operação, verificando as transferências e toda a proveniência dos fundos por forma a apurar sobre algum indício de branqueamento de capitais. A CMVM concluiu pelo cumprimento de todo o compliance, verificando a licitude dos fundos e confirmando a Holdimo como acionista da Sporting SAD com uma posição de 29,8% no capital social”, garante o grupo angolano, em resposta ao que foi noticiado nos últimos dias.

Recordando que, em 2011, Godinho Lopes, então presidente, deslocou-se a Angola “com o objetivo de constituir um sindicato de investidores locais, predominantemente adeptos/sócios do Sporting, para responder às severas dificuldades de liquidez do clube”, a Holdimo garante que foi a única “a concretizar o investimento no projeto”. Assim, pagou 8,025 milhões em julho de 2011, 8,025 milhões em julho de 2012 e fez um aditamento ao “contrato de parceria de cooperação financeiro-desportiva” para um valor de 20,6 milhões em janeiro de 2013. A 7 de junho de 2013, “há acordo de revogação do contrato e a conversão de 20 milhões em créditos em capital social”.

Recordando ainda o filme entre as notícias sobre a possível proibição por parte da FIFA dos TPO (Third Party Ownership) e a confirmação da mesma pelo Comité Executivo do órgão que tutela o futebol mundo, a Holdimo diz que “as garantias que a Holdimo tinha recebido pelos 20 milhões que investiu na Sporting SAD (parte dos direitos económicos de 28 jogadores) ficaram muito fragilizadas” mas que esperou até 21 de novembro de 2014 para se tornar o segundo maior acionista da SAD com a entrada de 20 milhões, havendo pelo meio, “por razões de tributação indevida de IMT, um parecer do Ministério das Finanças, que demorou largos meses” para a fusão por incorporação da Sporting Património e Marketing na Sporting SAD para colocar os capitais próprios em terreno positivo, incluindo a prorrogação do direito de superfície sobre Alvalade e Multidesportivo até em 2063.

A 14 de novembro de 2014 houve a assinatura do Acordo Quadro de Reestruturação Financeira entre, por um lado a Sporting SAD, o Sporting Clube de Portugal, a Sporting SGPS S.A e a Sporting Património e Marketing S.A., e, por outro lado, o Banco Comercial Português S.A. e o Novo Banco S.A. exigiu, por imposição da banca, a entrada futura do Holdimo com 20 milhões de euros”, salientou ainda o grupo angolano.

Texto do OBSERVADOR

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Destaque

Artigos relacionados