A ministra das Finanças angolana, Vera Daves, alertou hoje para a vulnerabilidade da banca angolana a ataques cibernéticos, instando os bancos a investirem mais na segurança dos sistemas tecnológicos.
Para a ministra, podem contribuir para que mais angolanos acedam aos serviços bancários, já que em matéria de bancarização da população, Angola está “muito longe do desejável”.
“O desafio é sermos inovadores e dadas as nossas circunstâncias geográficas e demográficas, entendemos que é pela digitalização dos serviços bancários que no médio prazo lá chegaremos”, considerou.
Notou, no entanto, que as soluções digitais acarretam novos riscos e deixou um apelo a que seja dada “toda a atenção” à segurança dos sistemas tecnológicos de todos os bancos do mercado.
“Não podemos estar vulneráveis a ciberataques e ao impacto que isso tem sobre todo o sistema financeiro angolano, uma ameaça que vem sendo recorrente no nosso pais”, sublinhou, acrescentando que “é ingenuidade pensar que há soluções baratas para problemas que causam ou podem causar perdas incalculáveis”.
A ministra apontou, na sua intervenção, alguns resultados positivos para o sistema financeiro — nomeadamente a revisão constitucional que vai permitir uma maior independência ao banco central e reforçar o seu papel, bem como a nova lei das instituições financeiras — mas realçou que a banca tem também de dar maior suporte ao setor privado.
Salientou ainda que a política fiscal do executivo angolano vai continuar a ser guiada pelo objetivo de preservar e fortalecer sustentabilidade das contas publicas, procurando-se “a melhor sintonia” entre o equilíbrio financeiro das finanças publicas e a sua eficácia em termos de contribuição para o crescimento económico.
“Temos consciência de quão difícil pode ser este equilíbrio e o quão precário até que se consolidem todas as variáveis: educação de base, emprego, qualificação do capital humano, produção de bens alimentares, diversificação das exportações e melhor distribuição dos rendimentos”, acrescentou Vera Daves.
A responsável das Finanças indicou também que houve necessidade de desenvolver uma estratégia para determinar qual o grau apropriado de participação do Estado no setor bancário, de circunscreverem os riscos fiscais dessa participação e de se limitar a interferência política.
Em suma, “de se aumentar a eficiência da banca e de melhorar a governação e a gestão de risco de crédito”, disse a ministra.