A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas reafirmou hoje, em Luanda, o reforço da cooperação com Angola, sendo assuntos prioritários o acordo de facilitação de vistos e o acompanhamento próximo da situação da comunidade.
Berta Nunes, que deu início à sua agenda de cinco dias de trabalhos, com uma visita à Escola Portuguesa de Luanda, disse que a sua deslocação a Angola tem como objetivo perceber as várias manifestações de organização da comunidade, bem como reafirmar a importância da língua portuguesa.
A governante portuguesa frisou que vai visitar duas escolas em Luanda e outra no Lubango, capital da província da Huíla, para uma perceção de “como estão a conseguir lidar com a situação da covid-19 e os problemas que existem”.
“Tentar acompanhar mais de perto e levar um pouco isto para ser refletido a nível do Governo, para podermos continuar a acompanhar de uma forma cada vez mais próxima e apoiar estas escolas, dentro daquilo que são as suas expectativas e também tendo em conta que a língua portuguesa para o Governo português é de facto uma das prioridades”, frisou.
Sobre a implementação da segunda fase do projeto de construção da Escola Portuguesa de Luanda, Berta Nunes disse que o assunto foi abordado com a direção da escola e professores, bem como quais as expectativas que têm.
“Num pequeno diálogo que tivemos hoje, logo no início, e iremos refletir sobre isso juntamente com o Ministério da Educação, que é quem tutela dessas escolas, iremos fazer esse trabalho e a minha vinda aqui é também para perceber qual é atualmente a situação”, disse.
Segundo Berta Nunes, a língua portuguesa é um ativo para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a quarta língua mais falada do mundo, sendo o Brasil o país com o maior número de falantes.
Contudo, reforçou a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, dentro de 20, 30 anos, África, e Angola especificamente, será o motor importante do aumento de falantes da língua portuguesa.
“O Governo português está a dar aqui um sinal de que quer acompanhar mais de perto, de quer apoiar e quer valorizar estas escolas que estão a promover a língua portuguesa, neste caso com currículos semelhantes ao português e com uma vantagem que é o acesso ao ensino superior em Portugal, porque isso é uma vantagem”, frisou.
A internacionalização do ensino superior nas universidades portuguesas é outros dos objetivos, indicou Berta Nunes, nesse sentido as escolas portuguesas desempenham um papel importante na boa preparação dos alunos.
“Com um currículo sobreponível ao currículo que temos em Portugal, não tem que ser portugueses, há portugueses, não portugueses, não é isso que interessa. Interessa que se esses alunos quiserem ir estudar para Portugal também têm aqui uma vantagem adicional”, afirmou.
Além da visita às escolas, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas vai manter um diálogo com a comunidade e com empresários.
“Vamos também em Lubango inaugurar o consulado honorário que não existia, já está aprovada a nova cônsul honorária, mostrar que queremos estar cada vez mais próximos de Angola”, disse Berta Nunes, realçando que o país africano lusófono é “muito importante agora no presente e será, certamente, muito mais importante no futuro”.
“Para afirmarmos a língua, todo o nosso mercado e toda a nossa cultura, que é diversa, mas que tem como alicerce a língua portuguesa e isso é de facto um ativo muito importante”, salientou.
O programa de visita reserva também um encontro com o secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas, Domingos Vieira Lopes, com o qual vai reafirmar a vontade de Portugal reforçar a cooperação em várias áreas e facilidade de mobilidade dentro da comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Este trabalho que tem vindo a ser feito bilateralmente e também no âmbito da CPLP, de tentar criar um espaço de mobilidade facilitada dentro da CPLP é muito importante, porque isso vai reforçar também os laços entre os vários países que falam português”, expressou.
“Porque a verdade é que a cooperação, a colaboração, o apoio mútuo, o respeito mútuo, tudo isso não só se cria com políticas a nível do Governo, e nisso Portugal está muito empenhado nessa cooperação, mas também com as comunidades”, referiu Berta Nunes, lembrando que Angola acolhe nesta altura mais de 120 mil portugueses e Portugal mais de 20 mil angolanos.