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Portugal: Trabalhadores de hospital angolano anunciam nova “paralisação” a partir de segunda-feira

Trabalhadores do Hospital Divina Providência, em Luanda, entre enfermeiros, médicos e administrativos, anunciaram nova paralisação a partir da próxima segunda-feira para exigirem salários equiparados à função pública, melhores condições laborais e de alimentação e reposição de subsídios.

Segundo uma declaração, enviada hoje à Lusa, a greve, que deve decorrer de 26 de julho a 06 de agosto próximo, decorre da “sistemática violação” dos acordos assinados em 04 de março passado e do “desrespeito da obrigatoriedade do seu cumprimento por parte da entidade empregadora”.

“É preciso demonstrar à administração do hospital, o descontentamento geral e as expetativas dos funcionários de vir obter os seus direitos repostos e as melhores condições de trabalho”, lê-se na nota tornada pública nesta sexta-feira.

O cumprimento dos prazos dos acordos celebrados em março passado, nomeadamente igualdade de salários dos funcionários por contrato interno, de acordo com a função pública, reposição e negociação dos subsídios suspensos em 2016 e a melhoria da alimentação para todos os funcionários estão entre as reivindicações.

Os funcionários do Hospital Divina Providência, unidade hospitalar com recursos públicos e privados, queixam-se também de “discriminação e retaliação” contra os membros da comissão sindical e pedem a “destituição” do conselho de direção por “não garantir estabilidade e segurança de empregabilidade”.

A unidade sanitária, localizada no município do Kilamba Kiaxi, um dos nove da província de Luanda, registou a primeira greve em abril passado, levantada após negociações com o patronato, cujas promessas “não estão a ser cumpridas”.

O período de greve, diz a comissão sindical do hospital, não abrange os serviços essenciais, mas estes “vão contar com uma redução de 50% dos funcionários escalados no turno”.

A greve abrange os centros médicos São João Calábria, Nossa Senhora da Paz, Santa Catarina e São Marcos, todos afetos ao Hospital Divina Providência.

António Ulu, membro da comissão negociadora do sindicato daquela unidade hospitalar mista, disse hoje à Lusa que a declaração da greve foi remetida na terça-feira à direção do hospital, ao governo da província de Luanda e ao comando provincial da polícia.

A Lusa tentou contactar a direção da unidade sanitária, mas sem sucessos.

O diretor do hospital, Miranda Panzo, disse, em abril passado no âmbito da primeira paralisação dos trabalhadores, que “dificuldades financeiras” estavam a “condicionar o normal funcionamento” do Hospital Divina Providência.

 

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