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Presidentes do Quénia e de Angola “preocupados com conflito” na República Democrática do Congo (RDCongo)

Os Presidentes do Quénia e de Angola encontraram-se hoje, em Luanda, para debater questões regionais, entre as quais o conflito na República Democrática do Congo (RDCongo), que coloca preocupações “comuns” aos dois países, segundo o chefe da diplomacia angolana.

O Presidente do Quénia, William Ruto, que chegou na terça-feira à noite a Luanda, reuniu-se hoje de manhã, no Palácio Presidencial, com o seu homólogo, João Lourenço, não tendo sido avançados detalhes sobre o encontro.

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, que falou à imprensa no aeroporto de Luanda, já depois da despedida de William Ruto, que deixou o país sem prestar declarações, adiantou que foram abordadas questões relacionadas com a Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), que não especificou.

“Nós estamos numa região com questões de interesse e, com certeza, também não faltou a abordagem de questões que nos dizem a todos respeito, enquanto africanos, enquanto membros da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, [a] que também o Presidente João Lourenço preside”, disse Téte António.

A região dos Grandes Lagos, que integra, além de Angola, outros 11 países, incluindo a República Democrática do Congo (RDCongo) e o Ruanda, tem uma longa história de conflitos, alimentados pelos legados coloniais, divisões étnicas e reivindicações sobre recursos naturais.

Téte António salientou que a visita foi breve mas “muito produtiva” e que Ruto saiu “muito satisfeito pelo nível de conversa que teve com o Presidente da República” e confiante no futuro da relação entre os dois países.

Questionado sobre o conflito na RDCongo, onde o grupo armado M23 (que Kinshasa diz ser apoiado pelo Ruanda) ocupou uma parcela de território no Kivu Norte, adiantou  que “as preocupações de Angola são também aquelas do Quénia” e que tem havido concertação dos dois países a nível dos esforços de paz, nos processos de Nairobi e de Luanda, centrados na procura de soluções para pôr termo ao conflito.

O governante disse que a rapidez com que a visita aconteceu está relacionada com a concertação e boas relações entre os dois Estado, lembrando que, em outubro de 2023, também João Lourenço visitou o Quénia.

Na ocasião, foram assinados vários acordos, tendo a conversa de hoje estado ligada à relação bilateral, “que é alimentada por esses acordos” e na perspetiva de desenvolvimento da relação bilateral.

“E não há melhor forma de fazer senão o chefe de Estado, de vez em quando, se encontrar, nem que [seja] por pouco tempo, para consertar sobre a questão de interesse comum”, indicou, acrescentando que foi também abordada a presidência da União Africana (UA) e lembrando que o Quénia assume desde dezembro passado a presidência da Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla inglesa).

João Lourenço vai assumir, no próximo mês, a presidência rotativa anual da UA.

“Portanto, esse exercício vai ser muito comum entre o Presidente, João Manuel Gonçalves Lourenço, e os Presidentes das comunidades económicas regionais, como é o caso agora do Quénia”, no âmbito do princípio de subsidiariedade, disse o ministro, realçando que Ruto é a pessoa encarregada da reforma da União Africana.

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