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Principal Partido da Oposição angolana, UNITA diz que no País se vive “grave conflito” entre Governo e povo por causa dos interesses instalados

A UNITA considera que em Angola se vive um grave conflito entre o Governo e o povo devido aos interesses instalados que usam o poder do Estado para proveito próprio e têm colocado os cidadãos numa situação de elevado desespero.

Em comunicado divulgado esta terça-feira, a UNITA diz que diante das dificuldades económicas vividas pela maioria da população, a subida não gradual dos preços da gasolina representa “uma falta de respeito, de seriedade e de sensibilidade humana para com as pessoas, com as famílias e com as empresas”.

“Diante da enorme indignação dos cidadãos verificada de norte a sul do País, o secretariado executivo do comité permanente da comissão política da UNITA condena a instrumentalização das forças de defesa e segurança, o uso de armas de fogo com propósitos anti-democráticos do regime que, nesta segunda-feira, provocou a morte de vários cidadãos na cidade do Huambo”, diz o comunicado.

A UNITA condena “veementemente” a atitude daqueles que colocaram as forças de defesa e segurança “a disparar com balas reais contra as populações indefesas que o Estado tem o dever de proteger, sobretudo, os jovens taxistas que apenas reclamavam da efectivação dos seus direitos constitucionais”.

Apela ao Presidente da República para tomar consciência da gravidade da situação gerada pela “decisão intempestiva do Executivo” e apela à sua sensibilidade para reconsiderá-la, pelas suas repercussões económicas, sociais e políticas.

“O País teve melhores momentos e condições para, primeiro, o Executivo implementar uma política de preços e decidir pela retirada das subvenções aos combustíveis e retirada dos subsídios de modo gradual, sem penalizar a grande maioria do povo desfavorecido, mas não foi capaz de adoptar medidas que resolvessem o problema estrutural da dependência da economia ao petróleo”, frisa o documento, adiantando que só um sério e urgente investimento na construção de refinarias e na real diversificação da economia (com a agricultura, as pescas, a indústria e o turismo) se poderá resolver os reais problemas que a economia angolana atravessa.

“A UNITA reafirma a sua disponibilidade e abertura ao diálogo nestas matérias tão importantes para a vida das pessoas, das famílias e das empresas e, em busca da estabilidade macroeconómica para o fortalecimento do tecido empresarial nacional e da vida das famílias, continuará a acompanhar com a devida atenção a implementação de todos os actos da governação que auguramos venham a estar em linha com os mais altos e nobres interesses da nação”.

Sobre a detenção de activistas cívicos, o secretariado executivo do comité permanente da comissão política da UNITA condena “a violência, a repressão e a detenção de activistas cívicos em Benguela”, que, no pleno uso dos seus direitos constitucionais, apenas quiseram desencorajar a aprovação da proposta de lei sobre o Estatuto das ONG, por “alegadamente representarem uma ameaça ao Estado Democrático de Direito”.

O secretariado executivo do comité permanente da comissão política da UNITA insta o Executivo angolano e o partido que o sustenta a materializarem em actos concretos o tão propalado diálogo com todos os sectores da vida do país, ao invés de insistir no uso da força como forma preferencial de governação.

Ao mesmo tempo, apela a todos os grupos de interesses nacionais para recorrerem do diálogo permanente com vista a alcançar as melhores soluções para os nossos desafios comuns.

 

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