Generais Numa e Wambo identificam falhas técnicas e procedimentais dos Serviços de Inteligência do Estado e sublinham a importância da concepção de um processo de integração dos especialistas em Inteligência da UNITA no SINSE e no SISM.
O Governo-Sombra da UNITA, maior partido na oposição, que se tem manifestado preocupado com as fragilidades das fronteiras nacionais, face às ameaças globais, reuniu os generais e especialistas em Segurança e Inteligência formados nas suas fileiras ao tempo da guerrilha, para, em conferência nacional, debater questões ligadas à Geopolítica e Segurança Nacional, bem como apresentar propostas ao Executivo angolano sobre o melhor caminho a “palmilhar”.
A referida conferência, realizada na quarta-feira, 04, contou com vários painéis, entre os quais a “Segurança Nacional e o Estado Democrático de Direito”, bem como “Potenciais Ameaças à Segurança Nacional no Presente Contexto Geopolítico”.
À margem do evento, em exclusivo ao Novo Jornal, os generais Abílio Kamalata Numa, ex-chefe do Estado-Maior das FALA (antigo exército da UNITA) e co-fundador das FAA, e Isidro Wambo, antigo chefe do então Serviço Militar da UNITA, identificaram falhas técnicas e procedimentais nas actuações dos Serviços de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE) e no Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), tendo apelado ao Executivo para que considere a possibilidade de integrar no seio dessas instituições especializadas técnicos formados pela UNITA no tempo da guerrilha.
Os altos quadros do “galo negro” justificaram a posição com a alegada necessidade de se despartidarizar a inteligência, por um lado, e, por outro, visando responder aos desafios que se impõem, face à suposta escassez de técnicos.
Para além de especialistas da UNITA, para o general Wambo, por exemplo, é imperioso que sejam também integrados quadros formados pela FNLA.