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“Produção industrial de Angola abaixo da média e em contraciclo com a região da Árica subsaariana que aumentou 4,8%” — Consultora

O Valor acrescentado bruto (VAB) da produção industrial em Angola cresceu 0,8% em 2021, abaixo da média e em contraciclo com a região da Árica subsaariana que aumentou 4,8%, referiu hoje um especialista de uma consultora.

Fernando Mascarenhas, que falava no III Fórum Indústria, organizado pelo jornal Expansão, alertou para o facto de Angola estar a divergir da região onde se insere em termos de produção industrial, apesar de ter recuperado entre 2021 e 2022.

“Andamos em contraciclo e é fundamental apanharmos este comboio”, sublinhou o ‘partner’ da consultora KPMG, indicando que houve um decréscimo do VAB setorial desde 2018, em valores absolutos, bem como uma perda de peso relativo sobre o Produto Interno Bruto (PIB).

O especialista apontou exemplos de outros países para demonstrar o impacto dos investimentos em infraestruturas, como estradas, aeroportos, portos e ferrovia sobre o VAB industrial, como o Quénia onde o VAB da indústria cresceu 6,9% em 2021, o Ruanda (10,5%) ou a Etiópia.

Indicou, por outro lado, “algumas áreas que estão a ser desenvolvidas em Angola e cujo potencial deve ser maximizado como as energias renováveis e a criação de parques industriais, salientando que é fundamental aumentar a integração e acelerar os programas de suporte ao desenvolvimento industrial”.

O ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, congratulou-se na sessão de abertura do fórum com os resultados do setor no ano passado, tendo em conta que o PIB real da indústria transformadora teve um crescimento acumulado de 7,7% nos últimos cinco anos e cresceu cerca de 6% no ano passado, dados que tinham sido apresentados em março pelo Presidente da República.

O governante sublinhou que a estabilidade política e social que Angola vem conhecendo ao longo dos últimos 20 anos permitiu que a indústria transformadora se estabelecesse de forma resiliente, apesar dos constrangimentos da covid-19 e da economia global e insistiu no foco da produção nacional, diversificação e exportações não petrolíferas.

Invocou ainda várias medidas e reformas que o Governo tem levado a cabo, inclusive no âmbito jurídico-institucional, e que permitiram uma perspetiva de crescimento industrial sustentada em mais de 160 projetos, contribuindo para reduzir importações e para a empregabilidade.

 

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