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Angola: “Pronunciamento de Laborinho que peca por tardio” – Jornalista Vasco da Gama

Peca porque foi o que faltou, em nosso entender, no dia em que o Ministro, Adão de Almeida e colegas apresentaram e explicaram os meandros do estado de emergência.

Dissemos e o defendemos, naquele dia, que o formato daquela mesa estava errado, pois, a praxe internacional na matéria demonstra que quem decreta o estado de emergência são, efectivamente, os políticos mas, quem o executa são, essencialmente, os militares, com devidas adaptações e enquadramentos contextuais.

É assim na China, Espanha, França Brasil e Filipinas, só para citar estes.

No entanto, o que ouvimos da boca de Laborinho, na conferência de Imprensa desta sexta, 03, teriamos ouvido no momento da apresentação das restrições resultantes do estado extraordinário que impera ou, pelo menos, deveria imperar aos cidadãos uma vida, igualmente, extraordinária. Ou seja, diferente da habitual.

Tendo sido uma mesa expressivamente romântica – foi nestes termos que nos pronunciamos – a mensagem que ficou não é de uma vida extraordinária.  Ou seja, ninguém, salvo raras excepções dos “assimilados” percebeu que a partir daquela data a “coisa ficaria, mais ou menos, feia”.

Realizou-se a conferência de imprensa e a seguir o “modus vivendi” continuou, até hoje, como se nada tivesse sido decretado. Como se de nenhuma alteração se tratasse.

Mais,  digo que, foi uma das poucas conferências de imprensa convocadas para apresentar um estado de emergência sem a presença  de militares de facto. Assim, sobre esta lacuna inicial as consequências ali estão.- um estado de emergência resumida aos letrados e com alguma civilização e capacidade de atestar as dispensas com bens essenciais e ruas, becos, mercados lotados com tudo e todos mesmo fora das excepções.

Portanto, entendemos que, o pronunciamento do ministro Laborinho veio tentar corrigir um tiro feito sem o alvo e com a mira totalmente fora deste.

Como consequência, repetimos, que tem que ser assumida, está instalado o alvoroço e espalhados os incentivos advindos dos “comentadores de serviço” para que se continue com oferendas de rebuçados e chocolates e, por conseguinte, o lema “fique em casa” continui por terra e todos entregues à mercê do covid-19.

Para terminar importa dizer que em nenhuma parte do mundo um estado de emergência é susceptível de  recebimento ou entrega de rebuçados. Aliás,  nas civilizações o posicionamento do Ministro não precisava ser adoptado, pois, já faz parte do estado de emergência e, com isso, da vida extraordinária e não se tem militares e polícias na rua com fito de proibir o que passam a assitir a ser feito na pura  normalidade.

Enfim, peçam a todos os rebuçados e sapambitos de Laborinho e, no final, veremos que prejudicados seremos todos nós na virilidade do sabor chocolatado.

Vasco da Gama

Jornalista

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