Quénia: COVID-19 provoca filas de 60 km em fronteira

Na fronteira entre o Quénia e o Uganda, os controlos à Covid-19 provocam filas de 60 km de camiões

Problema tem-se mantido ao longo de todo o ano: filas de vários quilómetros fazem com que muitos camionistas demorem 5 dias a passar fronteira Quénia-Uganda, onde é exigido teste negativo à Covid-19.

As filas têm provocado grandes constrangimentos de trânsito na estrada B1, um dos principais corredores de transporte de mercadorias da África central, permitindo abastecer a partir do Quénia vários países sem costa marítima, como o Uganda, o Ruanda, o Sudão do Sul ou a República Democrática do Congo.

As autoridades do Uganda exigem um teste negativo à Covid-19 realizado nos 14 dias anteriores à passagem da fronteira. Se os camionistas não tiverem o comprovativo de um teste, têm de ser testados no posto de fronteira — e ali esperar dois dias pelo resultado.

A grande dificuldade em atravessar a fronteira tem, ao longo deste ano, provocado longas filas no lado queniano. As fotografias deste artigo foram tiradas em abril, mas o problema mantém-se. De acordo com uma reportagem da Reuters publicada esta quinta-feira, alguns camionistas tinham demorado cinco dias a atravessar a fronteira.

O problema está a ser especialmente grave para as transportadoras de produtos frescos.

“Nem tenho tempo para ver a minha família. Como o que arranjo na estrada, vivo neste veículo”, disse à Reuters o camionista Joseph Kimani, que conduz um camião de transporte de gasóleo. “As filas têm ficado cada vez mais longas.

Meia centena de países africanos deveriam assinar este ano o AfCFTA, acordo de livre comércio que facilitaria a vida aos transportadores, mas a pandemia atrasou os planos e os controlos fronteiriços foram reforçados.

Além disso, de acordo com os condutores entrevistados pela Reuters, a maioria das empresas de transporte não tem capacidade financeira para suportar os custos do tempo perdido na fronteira, o que está a obrigar os motoristas a fazerem sacrifícios pessoais para conseguirem cumprir os transportes.

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