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RDC: “Catástrofe ambiental” causada por rotura em sistema da mina de diamantes de Catoca

A Sociedade Mineira de Catoca admitiu que o material residual da maior mina de dimantes de Angola escapou para um rio no mês passado. Denúncia veio da República Democrática do Congo.

A informação é avançada pela agência Reuters que cita uma nota da companhia, emitida segunda-feira, 23, depois de fontes na República Democrática do Congo (RDC) terem afirmado que a fuga de metais pesados de uma mina no norte de Angola estava a causar “uma catástrofe ambiental sem precedentes”.

Rapahel Tshimanga, director do Centro de Investigação de Recurso Hídricos na Bacia do Congo, disse à Reuters que análises de imagens de satélite e entrevistas indicaram que um reservatório usado para armazenar poluentes das actividades mineiras sofreu uma rotura numa zona mineira que abrange as províncias da Lunda Norte e Lunda Sul.

Tshimanga não identificou a mina, mas acrescentou que dois afluentes do rio Congo, os rios Tshikapa e Kasai, ficaram vermelhos, provocando a morte de peixes e o surgimento de diarreias entre as comunidades que vivem nas margens dos rios.

Ele afirmou haver notícias da morte de hipopótamos.

“Nunca vimos uma poluição tão grande no rio Congo”, disse Tshimanga, quem acrescentou que a poluição estava a intensificar-se e que “as consequências podem ir para além do que se pode imaginar”.

“Isto é uma catástrofe ambietal sem precedentes”, concluiu.

Antes da empresa mineira angolana ter admitido a fuga de material poluente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da RDC disse que os Governos dos dois países acordaram em formar uma equipa conjunta para investigar a fonte da poluição.

A Catoca disse ter havido uma fuga para o rio Lova a 27 de Julho na sequência da rotura de um vertedouro para o dique de resíduos da mina.

A companhia acrescentou que irá fornecer bens essenciais aos residentes para tentar mitigar o impacto dessa fuga de material poluente.

Desconhece-se, no entanto, qual o impacto na população e para a vida fluvival em Angola

“A mina de Catoca é uma produção conjunta da companhia russa Alrosa e da companhia angolana Endiama e é uma das maiores minas de diamantes do mundo”.

A Alrosa, que detém 41% de Catoca, recusou-se a comentar e a Endiama não respondeu a um pedido feito pela Reuters para se pronunciar.

 

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