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Ricardo de Abreu: Angola vai investir perto de “445,5 milhões de dólares” para construir 21 centros logísticos até 2038

O Governo angolano deverá investir mais de 445,5 milhões de dólares (392,3 milhões de euros) para a construção de 21 centros logísticos, até 2038, para minimizar os desafios do transporte de mercadorias, ainda muito dependente do transporte rodoviário.

A informação foi hoje avançada no Soyo, província do Zaire, pelo ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, no lançamento do concurso público internacional de concessão, construção, exploração e gestão comercial das Plataformas Logísticas do Soyo e do Luvo, no Zaire.

Abreu disse que todas as plataformas a serem construídas até 2038 vão ter características diferentes que se complementarão entre si.

“Este ato simboliza que estamos a dar mais um passo concreto na promoção da diversificação da economia angolana, por via do estímulo do aumento da produção de outros setores e da redução da dependência ao petróleo, sendo por isso fundamental que se estabeleça uma rede logística otimizada, integrada pelos setores marítimo, terrestre, ferroviário e aéreo”, referiu.

Segundo o governante, a rede de plataformas logísticas será um elemento importante no plano de diversificação da economia nacional, e dependendo da província onde estarão instalados vão facilitar o armazenamento, conservação e escoamento da produção das zonas produtivas, rurais, pesqueiras, bem como dos polos agroindustriais.

Angola ocupa a posição 162 entre 163 países no Índice Logístico do Banco Mundial, referiu o ministro, frisando que a instituição estimou que, em 2017, os custos de transporte e logística em Angola foram de 16,7% em relação ao Produto Interno Bruto.

“É um valor duas vezes maior ao das economias mais desenvolvidas”, realçou.

Até 2022, Angola prevê colocar em funcionamento seis plataformas logísticas, que se perspetivam dinamizar o grande potencial económico das suas regiões e responder ao aumento crescente da demanda de bens e serviços por parte dos cidadãos e das empresas.

“Com a região da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral] na mira, a Rede Nacional de Plataformas Logísticas vai também ser um elemento determinante para solidificar a posição geoestratégica de Angola como ‘hub’ de referência para a entrada e saída de bens na África Austral e central”, disse.

Por sua vez, o ministro da Economia, Mário Caetano João, disse que esta rede de plataformas logísticas vai ajudar na dinâmica do processo de integração regional, na África Austral e Central, que podem ser alimentados com os produtos angolanos.

“Estamos a falar de dois mercados que contemplam mais de 500 milhões de habitantes, um mercado suficientemente vasto e temos somente fazer com que estas plataformas logísticas possam efetivamente servir da melhor forma o país”, salientou.

Mário Caetano João frisou que sem estas plataformas logísticas tem já sido verificada uma dinâmica muito interessante nas exportações, sendo os principais mercados neste momento a República do Congo, República Democrática do Congo (RDCongo) e Camarões.

“Estamos a ver uma diversificação do destino das nossas mercadorias, no ano transato era maioritariamente a República Democrática do Congo, países fronteiriços, hoje estamos a verificar que a República do Congo figura em primeiro lugar, em segundo a República Democrática do Congo e em terceiro lugar os Camarões, portanto, estamos a ver que as nossas empresas estão a explorar os países vizinhos, onde a entrada das nossas mercadorias é menos exigente, para mercados menos sofisticados”, afirmou.

Segundo o ministro da Economia, o produto que lidera as exportações são o cimento, bebidas alcoólicas, refrigerantes e embalagens.

“Esses são os primeiros quatro que têm estado a ganhar terreno aqui na região e temos estado a acompanhar e a ver de que forma podemos eliminar as barreiras não tarifárias”, acrescentou.

O titular da pasta da Economia disse que há também um esforço para expandir a produção para os centros da região leste, nomeadamente a província congolesa do Alto Catanga, com a capital de Lubumbashi, o principal centro económico da RDCongo.

“Seria desejável que pudéssemos também atingir esse corredor Lubumbashi/Durban (África do Sul), que é um corredor economicamente muito interessante”, destacando a produção de feijão que tem sido exportada para os países vizinhos, além de alguns tubérculos e frutas.

 

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