A UNITA, oposição angolana, considerou hoje o seu líder fundador Jonas Savimbi, morto em combate há 20 anos, como o “combatente da liberdade e pai da democracia de Angola” que “sempre colocou a pátria angolana em primeiro lugar”.
Segundo a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição, para Jonas Savimbi, que fundou o partido em 13 de março de 1966, a pátria angolana esteve sempre em primeiro lugar e sem ela nada mais fazia sentido, tendo dado a vida por ela.
Jonas Savimbi foi morto em combate em 22 de fevereiro de 2002, na região de Lukusse, província angolana do Moxico, onde esteve enterrado até 2019, até as ossadas serem exumadas e inumadas, no mesmo ano, na região de Lopitanga, província do Bié, sua terra natal.
Hoje, numa declaração alusiva a 22 de fevereiro, “Dia do Patriota”, a UNITA recorda que há 20 anos “tombava heroicamente e como mártir o seu líder fundador, que com o seu pensamento e ação escreveu o seu nome na página mais dourada da história de Angola”.
A sua obra “tornou-o numa das figuras mais emblemáticas do patriotismo e do nacionalismo angolanos, das últimas décadas do século XX e do início do século XXI”.
“Com efeito, o Dr. Savimbi participou como combatente de vanguarda na luta pela independência Nacional alcançada em 11 de novembro de 1975 e liderou a luta do povo angolano para a conquista do Estado democrático e de direito e economia de mercado, consagrado na Constituição da República de Angola em 1992”, lê-se na declaração.
O comité permanente da Comissão Política da UNITA “em nome de todos os membros, simpatizantes e amigos da UNITA, rende a mais singela homenagem, ao patriota, ao líder, ao panafricanista, ao diplomata, ao ‘mwata’ (pai) da paz, combatente da liberdade e pai da democracia em Angola, Dr. Jonas Malheiro Savimbi”.
A UNITA recorda que Savimbi concebeu o “Projeto Mwangai”, que deu origem à criação da UNITA que é o “instrumento de luta à disposição dos angolanos, para a sua dignificação, material e espiritual, tanto internamente como no concerto das nações”.
A UNITA refere que a luta do seu líder fundador “nunca visou a sua acomodação pessoal, mas sim uma Angola dignificante, para todos”.
Por isso, observa, “negou, liminarmente, a segunda vice-presidência da República que lhe fora proposta pelo então Presidente da República de Angola, no curso do ano de 1995” e “nunca capitulou nem se escondeu diante dos difíceis desafios que a vida lhe colocou”.
“É um caso de incorruptibilidade nos tempos que correm. É, sim, um caso de estudo, um exemplo. Relembrar Jonas Malheiro Savimbi é refrescar a nossa memória coletiva e buscar a inspiração certa de como um verdadeiro patriota deve servir Angola”, realça a UNITA.
Para Jonas Savimbi, observam, a pátria angolana “esteve sempre em primeiro lugar e sem ela nada mais fazia sentido, tendo dado a vida por ela”.
Angola celebra em 04 de abril os 20 anos de paz e reconciliação nacional e em agosto realiza as quintas eleições gerais da sua história.
O 20.º aniversário de morte de Jonas Savimbi, recorda a UNITA, coincide com o ano eleitoral e “urge, por isso, que cada angolano faça o balanço destes 20 anos, e diga para si mesmo o que é que mudou”.
“Olhando, friamente, para esses últimos 20 anos de paz efetiva, constatamos que temos um país a regredir em todos os domínios: quer dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, quer na consolidação do Estado democrático e de direito, assim como da condição de vida da maioria dos angolanos”, considera a UNITA.
O conflito armado “que durou 27 anos era o justificativo do regime de todos os males que o país atravessava, imputando-os com maior pendor ao presidente fundador da UNITA”.
A UNITA, na sua declaração, questionou igualmente “o que o atual regime fez para melhorar a vida dos angolanos em 20 anos de paz efetiva”, comprometendo-se em “formar, com todas as forças patrióticas, a Frente Patriótica Unida, capaz de garantir a alternância do poder político em Angola”.
O ato central das celebrações da data teve lugar no município do Andulo, província angolana do Bié, e foi presidido pelo atual presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior.