Teixeira Cândido diz que o assalto à sede do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), em Luanda, na semana passada, foi, “no mínimo, estanho”.
“Entraram no edifício para roubar um único computador. Todas as suspeitas são possíveis nesta altura. Entendemos que a necessidade de quem assaltou era realmente ter acesso às informações restritas do sindicato”, afirmou o secretário-geral do SJA.
Em declarações à DW África, Teixeira Cândido refere que, neste momento, o ambiente é de “insegurança”, os funcionários estão a trabalhar fora da sede do SJA, explicou o secretário-geral.
“É uma situação assustadora. Assaltaram a sede, mas não arrombaram a porta, levaram um computador e voltaram a devolver. É uma situação que não nos deixa tranquilos, estamos a trabalhar todos fora da sede até que o incidente seja esclarecido.”
Secretário-geral foi alvo de ameaças
Teixeira Cândido explica que as autoridades policiais estão a trabalhar no caso. No entanto, até este momento não informações precisas sobre quem poderá ter realizado o assalto.
“O sindicato fez a participação do ocorrido, o Serviço de Investigação Criminal [SIC] conseguiu apenas estar na sede do sindicato no último sábado. Está a trabalhar ainda nos computadores. A pergunta que se faz é quem tem o interesse em roubar o material dos jornalistas e por que razão?”, questiona Teixeira Cândido.
O secretário-geral diz ainda que, no dia seguinte ao assalto, recebeu mensagens no seu telemóvel pessoal com ameaças.
“Procuraram saber se eu tinha recebido e percebido o aviso que me tinham deixado. Portanto, está manifesto que não é nenhum impostor a tentar roubar [o equipamento] ou encontrar um furo de reportagem. Parece haver aqui uma estratégia para se infundir medo aos jornalistas.”
Teixeira Cândido diz que toda a classe está preocupada: “Há todo um conjunto de situações à volta dos jornalistas. Transmite-se a ideia de haver um ataque sistemático à classe jornalística”.
O secretário-geral do SJA lembra que o caso ocorre na sequência de outros atos de violência contra jornalistas dos órgãos públicos e privados, e apela às autoridades que investiguem a fundo estes casos.