O Secretário-Geral do Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA) denunciou hoje o furto de equipamento informático na sua sede e mensagens ameaçadoras, considerando que estão em causa tentativas de intimidação e controlo da atividade dos jornalistas.
Em declarações à Lusa, Teixeira Cândido disse que, na semana passada, desapareceu da sede o CPU (unidade central de processamento) do principal computador do sindicato, que foi devolvido na terça-feira de manhã, sem que ninguém se tivesse apercebido.
“Deixaram e foram embora”, contou o sindicalista, acrescentando que foi feita uma participação aos Serviços de Investigação Criminal (SIC) na segunda-feira.
O jornalista recebeu, três dias mais tarde, um SMS através de um número desconhecido contendo ameaças veladas.
“Viste o aviso que deixámos?”, perguntava uma das mensagens, e outra alertava Teixeira Cândido para estar atento ao que comia e bebia, pois poderia ser alvo de envenenamento.
“Parece haver um plano para infundir medo aos jornalistas. Porquê? Não tenho explicação”, disse Cândido, sublinhando que o Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA) tem conhecimento de mais dois casos de jornalistas cujas casas foram assaltadas durante a noite, em março, tendo sido levados os computadores, sem que até ao momento sejam conhecidas diligências das autoridades.
Para Teixeira Cândido, os assaltos e as mensagens dúbias podem indiciar tentativas de inibir, condicionar e aceder ilegitimamente à atividade dos jornalistas.
Sobre a queixa apresentada às autoridades não há ainda nenhuma informação: “Estamos à espera que o SIC vá verificar o CPU”.
O Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA) e organizações internacionais de jornalistas têm denunciado reiteradamente ameaças à liberdade de imprensa em Angola.