“Sonangol E.P. em bolsa só no final do próximo ano” – Vera Daves de Sousa

A ministra das Finanças de Angola estimou hoje que o processo de privatização parcial da Sonangol só esteja pronto daqui a 12 a 18 meses, o que atira a colocação em bolsa para o final do próximo ano.

Na entrevista concedida durante a conferência ‘Bloomberg Invest: Focus on Africa’, Vera Daves de Sousa disse que a principal empresa angolana “ainda está num momento complexo” e salientou que o processo de reestruturação demora tempo.

“Ainda estamos num momento complexo na Sonangol, está num processo de reestruturação, daqui a um ano ou ano e meio estaremos mais confortáveis para avançar com a ‘due dilligence’ e depois vender uma posição minoritária”, disse a governante, quando questionada pela Bloomberg sobre o andamento do processo.

“Ainda não há uma data fixa para o IPO (Oferta Pública de Venda), daqui a 12 ou 18 meses é uma perspetiva objetiva, mas depende da rapidez com que avancemos relativamente aos ativos que a Sonangol está a privatizar, e outros ativos que está a recuperar e que precisam de estar nas contas”, explicou a governante.

Angola deu início, em 2019, ao Programa de Privatizações Integral e Parcial de Empresas Públicas (Propriv), com uma lista de 195 ativos, aos quais foram adicionados outros 16 e, mais tarde, retirados 71, totalizando 140 empresas.

Até fim de janeiro tinham sido realizadas 73 privatizações, correspondente a 52,1% do grau de execução do programa, maioritariamente no setor industrial (28), seguindo-se o da agroindústria (17), estando em curso 67 processos.

Das empresas privatizadas, 54 delas foram adjudicadas a empresas angolanas, 41 encontram-se operacionais e 32 em fase de arranque.

Em termos de execução financeira, o valor contratualizado totaliza cerca de 850,1 mil milhões de kwanzas (1,4 mil milhões de euros), sendo o valor recebido 469,6 mil milhões de kwanzas (787,4 milhões de euros) e por receber 380,5 mil milhões de kwanzas (638 milhões de euros).

Em 2021, ficaram concluídas as privatizações de 35 ativos/empresas, destacando-se o Banco de Comércio e Indústria (BCI) e 24 ativos via leilão eletrónico, com um total arrecadado de 444 mil milhões de kwanzas (74 milhões de euros).

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