A Transportadora Aérea de Angola (TAAG) continua atolada em problemas, ao mesmo tempo que tem em curso o processo de privatização. Outras categorias admitem recorrer à greve.
O Sindicato de Pilotos da Linha Aérea (SPLA) decretou uma greve a partir do próximo dia 7 de Outubro, e, de imediato, a direcção da TAAG criou um plano de contingência para minimizar o impacto da possível paralisação.
Enquanto isso, outros sectores de trabalhadores da TAAG dizem não descartar entrar igualmente em greve, como o pessoal ligado ao Sindicato dos Trabalhadores administrativos.
A FMFWorld.Org contactou Luís José, do Gabinete de Comunicação e Imprensa da TAAG, para conhecer o posicionamento da empresa para contrapor a greve dos pilotos, mas ele não se pronunciou, alegando que iria fazê-lo por email.
Enquanto os pilotos já têm uma data para a greve, trabalhdores afectos ao Bureau Sindical da TAAG garantem que o diálogo prossegue para ultrapassar vários problemas e esperam uma resposta do Conselho de Administração da companhia, caso contrário poderão juntar-se aos pilotos na sua greve.
“Até agora não houve evolução com a administração da TAAG quanto às nossas reivindicações, nós damos primazia ao diálogo, mas se até ao fim desta semana não tivermos acordo a greve pode ser uma realidade”, avisa Sebastião Fernando, líder do Bureau Sindical da companhia.
O pessoal de cabine também diz não ter decidido nada ainda, mas pondera juntar-se à greve dos pilotos.
A FMFWorld.Org quis saber do especialista em gestão de políticas públicas David Kissadila até que ponto a privatização da companhia aérea angolana estará na base destes problemas.
“O maior problema aqui é a falta de transparência no processo de alienação da TAAG porque regra geral esses processos devem obedecer a concursos públicos, contrariamente ao que se optou na TAAG pela alienação directa, o que que traz bastantes prejuízos sobretudo aos trabalhadores, já que há objectivos inconfessos que atrapalham gravemente o processo”, considera Kissadila.
Aquele especialista chama a atenção para o facto de “a maioria esmagadora dos trabalhadores serem angolanos, mais de 90 por cento, e esses tipos de alienação
provocam a redução de pessoal, revisão de categorias, mudança de direcção, perda de regalias, etc, daí estes movimentos reivindicativos na TAAG”.
Até o fim da tarde, o Sindicato de Pilotos da Linha Aérea (SPLA) e a administração da TAAG tentavam impedir a greve dos pilotos.