As sanções impostas à diamantífera Alrosa não afetam a exploração na mina de Catoca, principal fornecedora de diamantes em Angola, que descartou a possibilidade de despedimentos.
O Governo britânico anunciou, na semana passada, uma nova série de sanções que visam mais 59 pessoas e empresas russas e seis bielorrussas, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, incluindo a gigante russa de diamantes Alrosa, acionista da mina de Catoca, responsável pela extração de mais de 75% dos diamantes angolanos.
“As sanções levantadas contra a Alrosa não afetam a Sociedade Mineira de Catoca”, disse à Lusa uma fonte da empresa de direito angolano, “que opera em Angola e comercializa o seu produto no mercado internacional”.
A mesma fonte descartou, por isso, a possibilidade de despedimentos como resultado desta situação.
Negou também que as sanções impostas à banca russa, designadamente ao VTB África, banco que opera em Angola, afetem as transações de diamantes.
“A Sociedade Mineira de Catoca trabalha maioritariamente com bancos nacionais, logo, essa situação não representa risco nas transações comerciais da empresa”, sublinhou.
A Sociedade Mineira de Catoca é constituída pela Endiama (Angola), com 41%, Alrosa (Rússia), com 41% e a Lev Leviev International — LLI (China), com 18%.
Catoca é a quarta maior mina do mundo explorada a céu aberto e a maior empresa no setor diamantífero em Angola, operando desde 1996.
Está localizada no território do município de Saurimo, província da Lunda-Sul e possui 639 mil metros quadrados de extensão.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.