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UNITA espera que visita do do “primeiro-ministro português” ajude reforço do Estado democrático

O Secretário-Geral da UNITA, maior partido da oposição angolana, disse hoje esperar que a visita a Angola do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, venha a contribuir para o reforço do Estado democrático de Angola.

Álvaro Daniel, que falava na apresentação do programa de celebração do 90.º aniversário do líder fundador da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Jonas Savimbi, a 03 de agosto, considerou “bem-vinda” a presença de Luís Montenegro, augurando que a visita contribua também para o reforço da amizade entre os povos e para as relações diplomáticas entre Angola e Portugal.

“Mas também contribua para o reforço do nosso Estado democrático (…) Aquilo que os portugueses escolheram para gerir o seu Estado – e está a andar bem -, também podem sugerir aos angolanos”, declarou o político.

Segundo Álvaro Daniel, um dos problemas que Angola tem estado a viver tem a ver com a sua Constituição da República “atípica, que teve o apoio de constitucionalistas portugueses”.

“Estamos a ver o que essa lei está a fazer ao nosso país, não está a ser nada boa, (…) dá poderes excessivos ao Presidente da República, partindo do princípio em que ela não permite que o Presidente seja eleito de forma direta, vem através de grupos partidários, isto faz com que muita coisa fique encalhada”, disse.

O secretário-geral da UNITA saudou a visita do governante português a Angola, que acontece “no âmbito das relações entre Estados” considerando que “é importante que o Estado angolano tenha boas relações com todos os países”.

“Portugal venha ajudar-nos a termos um Estado verdadeiramente democrático, de justiça, de bem-estar e que traga de facto bons exemplo. Que Portugal seja de facto um exemplo para Angola, só assim é que valerão a pena as suas visitas, dele e de outros estadistas portugueses”, frisou.

Angola e Portugal têm relações diplomáticas seculares, reforçou Álvaro Daniel, sublinhando que a UNITA tem pedido a Portugal “que não se esqueça que eles foram a potência colonizadora, que não se esqueçam que se cometeram erros no passado, para a descolonização deste país”.

“E os erros cometidos por Portugal continuam até agora a fazer caminho. Tivéssemos tido um desfecho diferente do que houve em 75 (ano de 1975, da declaração de independência), certamente o nosso país não estaria a viver o que está a viver hoje”, vincou, considerando importante também que Portugal ajude o Estado angolano a despartidarizar as suas instituições”.

Luís Montenegro iniciou terça-feira uma visita oficial a Angola que termina esta quinta-feira.

 

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