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Venezuela: Maduro acusa EUA e Europa de atacar refinaria e diz que há gasolina para 20 dias

Na Venezuela são frequentes as queixas da população sobre dificuldades para conseguir combustível, uma situação que o Governo atribui a sabotagem e a oposição diz ser o resultado de más políticas.

O Presidente Nicolás Maduro acusou esta quarta-feira os EUA e a Europa de terem atacado “com uma arma poderosa” a refinaria venezuelana de Amuay e anunciou que a Venezuela conta apenas com reservas de gasolina para 20 dias.

“Amuay foi atacada com uma arma longa e poderosa e estamos investigando. [Amuay é] uma das mais importantes refinarias da Venezuela. Queriam causar uma explosão e derrubaram uma torre com um nível mais espesso do que um tanque de guerra“, disse.

O Presidente Nicolás Maduro falava no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, durante uma conferência com jornalistas internacionais em que não precisou o tipo de armamento que foi usado e remeteu mais pormenores para o procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), Tarek William Saab.

Queriam provocar um incêndio na refinaria, derrubaram uma torre. A Venezuela enfrenta situações de conspirações permanentes. Não temos uma oposição, temos uma conspiração permanente avalada, financiada, promovida pelo Governo dos Estados Unidos com a cumplicidade de vários governos da Europa, disse.

Por outro lado, explicou que a Venezuela aumentou 30% de produção local de gasolina, mas que o Governo venezuelano “está regulando” o consumo, porque sofreu “um golpe muito duro”.

A Venezuela tem reservas de gasolina para vinte dias. Trabalhamos para estendê-las a trinta dias. Estamos voltando a produzir novamente e uma outra percentagem tem chegado de diferentes partes do mundo”, disse.

Segundo Nicolás Maduro “os EUA empenharam-se durante um ano em perseguir a gasolina que estávamos importando e em agosto roubaram-nos três milhões de barris”, frisou, acusando o líder opositor Juan Guaidó de ter promovido esse roubo. Por outro lado, voltou a acusar o seu homólogo colombiano, Iván Duque, de estar a treinar mercenários para invadir a Venezuela.

“Temos apresentado provas de como em [Colômbia] Norte de Santander, Antioquia, La Guajira e em Cali existem quatro acampamentos com uns mil mercenários, entre paramilitares colombianos, mercenários desertores de origem venezuelana e outros criminosos capturados”, disse.

Nicolás Maduro negou afirmações de políticos norte-americanos de que a Venezuela teria comprado armamento ao Irão, admitindo, no entanto, que seria uma “boa ideia”.

“Parece-me muito boa ideia. O Irão pode vender e nós podemos comprar. Em seu momento veremos a oferta iraniana, tomarei a decisão e virá essa equipa militar reforçar a capacidade de defesa da Venezuela”, disse.

Durante a conferência de imprensa Nicolás Maduro reiterou a sua vontade de diagonar com o próximo presidente dos EUA. “Ganhe Trump ou Biden, os latino-americanos teremos que lutar com o nosso próprio esforço para avançar”, frisou.

Esta quarta-feira, antes da conferência de imprensa, o deputado opositor Luís Stefanelli denunciou que na tarde de terça-feira ocorreu uma fuga na refinaria de Amuay, precisando que os trabalhadores estão “em alerta máximo”.

Na Venezuela são frequentes as queixas da população sobre dificuldades para conseguir combustível, uma situação que o Governo venezuelano atribui a sabotagem e a oposição diz ser o resultado de políticas incorretas, de falta de investimento e manutenção.

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