Ativistas voltam às ruas de Luanda no dia 11 de novembro

Os promotores da manifestação em Luanda de sábado passado, reprimida pela polícia e que resultou na detenção de 103 pessoas, convocaram um novo protesto para 11 de novembro, Dia da Independência de Angola.

O anúncio foi hoje feito por Dito Dalí, um dos promotores da manifestação de sábado passado, na qual várias pessoas foram detidas e agredidas, no confronto entre manifestantes e as forças de ordem.

Segundo Dito Dalí, que diz ter sido uma das vítimas da agressão policial, chegando a perder os sentidos, o protesto marcado para 11 de novembro realiza-se na sequência de outros que exigiram o afastamento do diretor do gabinete do Presidente da República, Edeltrudes Costa, cujo nome surgiu numa investigação sobre corrupção divulgada pela TVI.

“Anunciamos naquele dia que, doravante, faremos das ruas os nossos escritórios, para manifestar o nosso descontentamento e exigir do Presidente um esclarecimento sobre a calendarização das eleições autárquicas, o afastamento do Edeltrudes, do presidente da Comissão Nacional Eleitoral e exigir do Presidente que crie condições para resolver os problemas dos cidadãos”, referiu Dito Dalí.

O ativista realçou que a situação social e económica dos angolanos continua a degradar-se, e as reclamações devem ser apresentadas ao executivo, que tem a missão de “atender os problemas de que enferma a sociedade”.

Presidente arrogante

“Temos um executivo que se fecha, um Presidente totalmente arrogante, que não está aberto para o diálogo com a sociedade”, disse o ativista, criticando o facto de o chefe de Estado angolano ter recebido, terça-feira, o presidente do Conselho Nacional da Juventude ao invés de “dialogar com as pessoas que se estão a manifestar”.

Para a próxima manifestação vão ser endereçados convites aos partidos políticos da oposição e igualmente ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder.

“Afinal, a luta é pela cidadania, que não escolhe cor partidária. Significa que todos nós enfrentamos os mesmos problemas, passamos fome, não temos água nas nossas casas, falta eletricidade, faltam transportes públicos, em suma, a vida dos angolanos está dura e esses problemas estendem-se aos partidos políticos, aos seus primos, filhos, irmãos, mãe. Daí entendermos que a presença de todos os partidos da oposição faz sentido”, sublinhou.

Activistas 

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