Dois autocarros de transporte público de passageiros de operadoras do Lubango, na Huíla, foram arrastados pela correnteza do rio Mucufi, neste domingo, em consequência da chuva que caiu por horas e aumentou o caudal do córrego.
O facto aconteceu quando os motoristas de duas empresas decidiram lavar as viaturas no leito do rio e foram surpreendidos com uma corrente de água que deixou os autocarros parcialmente submersos, mas sem vítimas.
Um deles, Pedro Feca Yamale, da empresa Jobita, disse que a prática de lavar no rio é comum, mas não esperava pelo incidente, pois a caudal aumentou repentinamente e como são veículos pesados não foi possível removê-los a tempo.
Já a responsável da empresa, Ayara Augusto, afirmou que o incidente aconteceu por “negligência” do motorista, porque há um local apropriado para a lavar as viaturas.
Contactada pela ANGOP, a directora do directora provincial dos transportes, tráfego e mobilidade urbana, Grancinda Gonçalves, apelou para uma maior responsabilidade das empresas no manuseio dos meios a si atribuídos pelo Estado há menos de um ano.
A responsável considerou ser um “acto de irresponsabilidade” dos motoristas que levavam os autocarros ao rio, um acto proibido pela administração municipal do Lubango, devido a possibilidade de poluição da água.
“Pensamos que não só os motoristas devem ser responsabilizados, mas principalmente as operadoras, por ser reprovável. Já temos poucos transportes ao serviço do público e com esse incidente, são menos dois autocarros no circuito”, realçou.
A inoperância desses meios deixou hoje, segunda-feira, apinhada de gente a paragem da Centralidade da Quilemba, da linha onde os mesmos actuam.
A lavagem de roupa e de viaturas no leito de riachos é uma prática recorrente no Lubango, tendo em 2015 resultado numa tragédia que matou 15 pessoas quando a correnteza do rio Capitão surpreendeu e arrastou pessoas e meios.