Adalberto Costa diz que UNITA não vai mais admitir interferências políticas do poder judicial. Político lança campanha à presidência do partido e defende que UNITA “não nasceu para se conformar com um lugar na oposição”. “Não podemos mais ser vistos como meros espetadores”, diz Adalberto Costa
O candidato único à presidência da União de Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto Costa Júnior, disse esta quarta-feira (17.11) que o Galo Negro vai provar que não pretende continuar na oposição.
Destituído da liderança da UNITA em outubro por força de um acórdão do Tribunal Constitucional, Adalberto Costa lançou a sua campanha para a presidência do partido num evento em Luanda. A definição do candidato da UNITA para as eleições presidenciais de agosto de 2022 ocorrerá no XIII Congresso da UNITA, que será repetido em dezembro.
Adalberto Costa defendeu que o partido não nasceu para se conformar com um lugar na oposição. O político disse estar pronto para servir os angolanos neste novo ciclo e defendeu que a UNITA seja relevante na vida de cada cidadão.
“Em primeiro lugar, não podemos mais ser vistos como meros espetadores, reclamando de ser vítima da má governação. É isso que o regime quer de nós. Ator secundário, tímido, que serve apenas para melhorar o rosto da democracia falsa, cheia de abusos e de imperfeições, e Estado de direito democrático apenas na letra da Constituição, e não existente na nossa realidade”, disse.
“Alternativa credível”
A UNITA, segundo o candidato ao cargo de presidente no congresso de 2 a 4 de dezembro, é “alternativa credível” para a construção de uma Angola justa e democrática.
“Vamos repetir o XIII Congresso, marcar o reinício de um novo tempo do nosso partido e do nosso país, para transmitir a sociedade angolana uma mensagem de confiança e de determinação. Não mais admitiremos interferências políticas por intermédio do poder judicial”, salientou o candidato.
O dirigente do maior partido da oposição aproveitou ainda a ocasião para acusar o Governo do Presidente João Lourenço de intensificar a destruição dos fundamentos democráticos, desde 2020, com o alegado sequestro dos órgãos de soberania e a manipulação da imprensa estatal pelo partido no poder, o MPLA.
Adalberto Costa defendeu que, em agosto de 2022, Angola tem a oportunidade de construir uma nova “seleção de governação, fundada na valorização do quadro nacional”. O candidato prometeu mostrar que tem “projetos para orientar e governar o país”.
Apoio interno
Militantes e alguns membros da sociedade civil manifestaram apoio incondicional ao candidato único à presidência do Galo Negro. O cofundador da UNITA, general Samuel Chiwale, disse no evento que a eleição de Adalberto Costa Júnior no congresso anulado foi um ato singular que será repetido em dezembro.
“Hoje estamos aqui de novo a repetirmos a mesma história. Camarada presidente Adalberto Costa Júnior, és o nosso candidato. A ti vamos votar”, disse
Em nome da juventude do partido, o apoiante António Marques pediu aos militantes que votem em Adalberto Costa. “Nós, os jovens angolanos, olhamos para o engenheiro Adalberto Costa Júnior como o candidato natural para substituir João Lourenço em 2022 na presidência da República”.