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Angola: Abel Chivukuvuku denuncia aliciamentos e intimidações para desistir do PRA-JA

Abel Chivukuvuku denuncia que está ser aliciado com cargos no Governo de João Lourenço para desistir do seu projeto político PRA-JA Servir Angola, cujo processo de legalização continua a causar polémica em Angola.

Abel Chivukuvuku denuncia que a rejeição da suposta proposta está a resultar em intimidações e tentativa de assassinato a membros de direção da comissão instaladora do PRA-JA. As revelações foram durante a reunião que manteve com os seus apoiantes.

O mentor do PRA-JA não revelou o cargo que lhe foi oferecido, mas garante ter recusado porque acredita ser mais útil para Angola estando fora do Governo do MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola]. A oferta incluía também, cargos para outros membros de direção do PRA-JA, segundo Abel Chivukuvuku.

Dirigindo-se, nesta segunda-feira (28.12) aos membros da comissão instaladora do PRA-JA, numa reunião de avaliação do processo de legalização e para traçar as novas estratégias e ações a serem desenvolvidas em 2021, Abel Chivukuvuku disse que não vai ceder às pressões.

“A intenção inicial era de que, mano Abel, desista e entra no Governo”, disse o político, para de seguida esclarecer: “Tive de explicar que não posso, porque não acredito e porque há cidadãos que acreditam e há pessoas que estão comigo”.

Por outro lado, revelou que os aliciadores terão feito uma nova proposta, “disseram, então, faz uma lista e vamos meter todos, inclusive nos municípios”.

Atentado contra Sambangala

De acordo Chivukuvuku, depois de rejeitar as ofertas para fazer parte do Executivo e ter convocado a manifestação para o dia 19 de dezembro, surgiram intimidações. Segundo o político, no dia do protesto um dos dirigentes foi alvejado com cinco tiros na zona do Kimbango, município do Kilamba Kiaxi, em Luanda.

O político acrescentou que Isaías Sambangala – um dos líderes do PRA-JÁ – sofreu um atentado com cinco tiros “e ele esteve no carro sozinho”, denunciou sublinhando que “se vive é porque Deus quis que vivesse”.

Para Abel Chivukuvuku a atentado contra o seu companheiro é uma mensagem de intimidação contra a sua pessoa.

“Aquilo não era para o Sambangala. Mas como o sistema não teve coragem de o fazer para mim, então deram tiro ao Sambangala. Só não perceberam que há coisas que Deus não permite”, entende.

Depois do sucedido, Chivukuvuku revelou: “Comunicamos ao Presidente da República, ao Ministério do Interior, ao Serviço de Segurança, o general Miala, que não temos medo. De qualquer das formas, todos um dia vamos desaparecer”.

Encorajamento aos apoiantes

Apesar das situações que denuncia, o coordenador da comissão instaladora do PRA-JA Servir Angola encorajou os seus seguidores a não se deixarem intimidar.

“Não fiquem tristes porque não aceitamos ir para o Governo. O nosso papel é servir o país”, lembrou, apelando aos seus quadros a não se assustarem com o atentado contra Sambangala.

“A vida ensinou-me que o medo torna mais vulneráveis os que têm medo. Quanto mais se é firme, menos somos vítimas”, disse Abel Chivukuvuku.

Novo ano, novas estratégias pós-chumbos do Tribunal Constitucional

O projeto político PRA-JA Servir Angola foi chumbado definitivamente pelo Tribunal Constitucional no princípio de dezembro, por alegadamente não cumprir os requisitos exigidos para a legalização de um partido.

Entretanto, a comissão instaladora reprova a decisão e anuncia que remeteu ao Tribunal Supremo o processo de cassação do acórdão do constitucional.

Para 2021, o PRA-JA traçou como estratégias a pressão política e diplomacia com “maior agressividade” e a persistência na legalização do partido.

O membro da comissão instaladora Américo Chivukuvuku, que apresentou as estratégias, disse que a organização tem o primeiro semestre para solucionar o problema do PRA-JA. Se nos próximos seis meses não conseguir a legalização, a turma de Chivukuvuku vai arranjar alternativa para a pré-campanha eleitoral.

“Se não tivermos o PRA-JA temo alternativa, e no segundo semestre de 2021, o país entra em alvoroço introduzindo uma nova dinâmica política”, afirmou o político.

DW África 

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