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Angola/Cabinda: Jovens acusados de rebelião “começam a ser julgados”

Ativistas são acusados dos crimes de rebelião, ultraje ao Estado angolano e associação criminosa. Os três são membros da União dos Cabindenses para a Independência (UCI). Dizem que o seu único crime é “pensar diferente”.

A audiência dos três ativistas, em Cabinda, durou até ao fim da tarde desta quarta-feira (07.04). Os membros da União dos Cabindenses para a Independência (UCI) afirmaram em tribunal que não cometeram quaisquer crimes.

O Estado acusa-os de rebelião, ultraje e associação criminosa. Mas João Mampuela, um dos réus, reitera que a sua luta é meramente pacífica: “O objetivo da nossa organização é somente lutar pela causa de Cabinda, de maneira pacífica, com base no diálogo”, afirma.

Os ativistas foram detidos a 20 de junho de 2020, dias antes de terem sido colocados nas ruas da cidade de Cabinda panfletos com os dizeres: “Abaixo as armas, abaixo a guerra, Cabinda não é Angola, viva o diálogo.” A autoria dos panfletos foi atribuída à União dos Cabindenses para a Independência.

“O meu crime é pensar diferente”

Maurício Gimbi, presidente da União dos Cabindenses para a Independência e outro dos réus, diz que o seu único crime é “pensar diferente”.

“O meu crime é de ter nascido em Cabinda, é de pensar diferente, o meu crime é de ser descendente de Mangoyo, Makongo e Maluango”.

A oposição angolana afirmou que os três jovens de Cabinda não são criminosos, mas “prisioneiros de consciência”.

Um ativista que está a acompanhar o julgamento, Mateus Massinga, acredita que o caso não tem pernas para andar.

“Nunca houve flagrante delito e nada prova que eles são os culpados. Se a Justiça for bastante imparcial, eles não serão acusados de qualquer crime que são acusados”, comenta Massinga.

O julgamento foi suspenso até 16 de junho, data para que foi marcada a audição do investigador responsável pelo processo. As declarações finais foram agendadas para 26 de junho. Até lá, os acusados deverão aguardar em casa.

 

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