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Angola/Cafunfo: Associação pede que Procuradoria-Geral justifique “detenção de líder do MPPLT”

A Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD) anunciou hoje que solicitou ao procurador-geral da República de Angola, Hélder Fernando Pitta Gróz, que justifique a detenção do líder do Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), José Mateus “Zeca Mutchima”.

Numa nota de imprensa, a AJPD afirma que pediu formalmente, “por carta registada”, a Pitta Gróz “que o órgão sob sua direção se digne prestar publicamente informação sobre os fundamentos legais que sustentem a detenção e consequente prisão preventiva” do líder do MPPLT.

A AJPD pede ainda que a Procuradoria-Geral da República preste “mais informação que esse órgão do Estado julgue pertinente para ajudar a dissipar as dúvidas sobre o tratamento digno que lhe deve ser dado mesmo estando preventivamente detido, como por exemplo, o direito à visita”.

A vila mineira de Cafunfo, município do Cuango, leste de Angola centralizou as atenções das autoridades e membros da sociedade civil na sequência de incidentes de 30 de janeiro passado, que as autoridades consideraram como “ato de rebelião” e outros descrevem como “manifestação pacífica”.

Segundo a polícia angolana, cerca de 300 pessoas ligadas ao MPPLT, que há anos defende autonomia da região, tentaram invadir, na madrugada de 30 de janeiro, uma esquadra policial de Cafunfo, e em defesa, as forças de ordem e segurança atingiram mortalmente seis pessoas.

A versão policial é contrariada pelos dirigentes do MPPLT, partidos políticos na oposição e sociedade civil local que falam em mais de uma dezena de mortos numa tentativa de manifestação.

Na sequência dos incidentes, o líder do MPPLT, José Mateus “Zeca Mutchima” foi detido em Luanda, desde 08 de fevereiro, indiciado pelos crimes de “associação de malfeitores e rebelião armada”.

No comunicado hoje divulgado, a ADJP afirmou que “deixou saber” ao procurador-geral da República de Angola que “a defesa pacífica de autonomia administrativa para uma província em si não constitui um crime”, evocando o Partido de Renovação Social (PRS), que “tem defendido um Estado Federal para Angola durante várias campanhas eleitorais, sem que, entretanto, os seus presidentes ou membros tenham sido presos preventivamente”.

 

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