Angola: “Crise do combustível” sem solução a curto prazo

A escassez de combustível em Angola só deverá ter solução em 2023, quando entrar em funcionamento o terminal oceânico da Barra do Dande. Até lá, os automobilistas continuarão a ter dias difíceis.

Só daqui a cerca de 17 meses o Terminal Oceânico da Barra do Dande (TOBD), na província do Bengo, que deverá solucionar a crise de combustível que se vive há mais de dois anos em Angola, estará concluído.

Enquanto este momento não chega, os automobilistas e outros consumidores continuam a encontrar dificuldades para conseguir os derivados do petróleo, como é o caso do motorista Adão Pedro.

“Para poder conseguir combustível, tem que se esforçar saindo cedo para as bombas, esperar em enormes filas, o que não está a ser nada fácil”, descreve.

Encerrar a crise dos combustíveis

A infraestrutura do terminal terá capacidade para armazenar 2.500 metros cúbicos de combustível. O projeto da petrolífera estatal Sonangol está avaliado em cerca de 499 milhões de dólares (cerca de 426 milhões de euros). O ministro dos Recursos Naturais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, fala das vantagens.

“Permitirá que o país funcione como um centro para fornecimento de derivados de petróleo em toda região. Claro que isto terá um efeito sobre a melhoria do abastecimento de combustível em todo o país”, considera.

E o economista Mateus Congo elogia o surgimento do projeto e sublinha que a falta de combustíveis pode comprometer o desenvolvimento do país.

“A constante escassez de combustível é um grande elemento estrangulador para qualquer política desenvolvimentista. É até mesmo um fator que inibe o investimento porque, repara, a larga maioria da atividade – quer seja pública ou privada ao nível do nosso país – depende em grande medida do fornecimento dos combustíveis”, pondera.

O Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Sebastião Martins, anuncia uma nova era no setor com a entrada em funcionamento do terminal.

“Teremos o terminal com 580.000 metros cúbicos de capacidade de armazenamento e, posteriormente, de acordo com a demanda do mercado local e regional, está prevista uma margem de expansão da sua capacidade e do tipo de produtos a armazenar”, pontua.

 

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