Angola: Diamantífera Endiama admite “impacto das sanções” contra a Rússia na sua produção

A 29 de Março, o presidente da empresa tinha dito que a compra de equipamentos e peças de reposição para máquinas de origem russa ou da Ucrânia está assegurada.

A empresa estatal de diamantes de Angola Endiama pode vir a sofrer algum impacto nas suas operações como consequência das sanções impostas à Rússia.

Numa brochura divulgada na conferência sobre minas que arrancou na segunda-feira, 9, na Cidade do Cabo, na África do Sul, e citada pela agência Reuters, o Governo angolano aponta como principal consequência o atraso no fornecimento de peças e máquinas.

“Um dos grandes desafios para 2022 será certamente manter a sustentabilidade das minas enquanto durar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, diz a brochura, que reconhece que “as sanções que os Estados Unidos e os países ocidentais impuseram à Rússia podem afectar algumas mineradoras nacionais, atrasando o fornecimento de algumas máquinas, peças e peças de reposição”.

A Endiama, que detém a concessão exclusiva dos direitos mineiros de diamantes em Angola, já assinalou uma redução de quase um terço na produção de diamantes para 10,05 milhões de quilates este ano, de uma previsão inicial de 13,8 milhões de quilates.

Entretanto, a 29 de Março, ao falar à margem da inauguração de um centro de formação técnico profissional na área mineira de Saurimo, o presidente do Conselho de Administração da empresa assegurou que a compra de equipamentos e peças de reposição para máquinas de origem russa ou da Ucrânia está assegurada.

Na altura, José Ganga Júnior citou haver “um parque diversificado de equipamentos provenientes de todo mundo” e que “os equipamentos provenientes dessa região já estão a ser fabricados noutras localidades”.

A empresa estatal assinou recentemente contratos com a Rio Tinto RIO.L para a exploração da mina em Chiri na província de Lunda-Norte, enquanto outro projecto, Luaxe, também deverá iniciar a produção-piloto.

A Endiama não forneceu mais detalhes.

No mês passado, a mineradora de diamantes De Beers assinou dois contratos de investimento com o Governo angolano, um regresso ao país, de onde saiu em 2012.

 

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