Angola: Maior partido da oposição UNITA, quer interrogar “ministros” na Assembleia Nacional

O maior partido da oposição angolana quer uma audição parlamentar com os responsáveis do Ministério do Interior, Ministério das Finanças e com o presidente da Comissão Nacional Eleitoral. Partido do “Galo Negro” quer saber porque a companhia espanhola acusada de pagar subornos foi contratada para administrar eleições.

A UNITA quer explicações sobre o que chama de aumento da violência policial este ano e pretende igualmente ouvir a ministra das Finanças sobre as contratações públicas e do presidente da CNE as razões de novamente ter contratado a empresa espanhola Indra para organizar tecnicamente as eleições gerais.

Em conferência de imprensa, o líder do grupo parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, disse que o seu partido não entende as razões do Executivo angolano insistir na contratação da companhia espanhola, que esteve envolvida nas eleições de 2008, 2012 e 2017,e quem segundo a imprensa espanhola, pagou comissões através de terceiro a entidades angolanas no valor de milhões de dólares.

O jornal espanhol “El Confidencial” noticiou em 2018 que Luís Eduardo dos Santos, irmão do ex-presidente José Eduardo dos Santos, recebeu uma comissão de 108 mil euros da Indra em 2008 e, nas eleições de 2012, mais de nove milhões de euros desapareceram em contas na Suíça cujos donos se desconhecem.

“Por quê contratar uma empresa conotada com organizações de fraudes eleitorais em África e na América Latina? Por quê contratar a Indra que é amiga dos ditadores no mundo? Por quê contratar uma empresa rejeitada no seu próprio país de origem?”, interrogou-se Chiyaka.

O líder parlamentar da UNITA acrescentou ter solicitado também a presença na Assembleia Nacional do ministro do Interior e do Comandante Geral da Polícia Nacional sobre o o que considera aumento da violência policial em Angola este ano, e quer ainda a presença da ministra das Finanças.

A ministra das Finanças também será convocada por causa dos ajustes directos na contratação pública.

A titular das Finanças avisou recentemente a Presidência da República que a autorização de contractos a empresas sem concurso público poderia estar a violar a lei angolana.

 

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