Comunidade internacional residente em Angola mexe-se nos bastidores em relação ao frenético ambiente de pré-campanha eleitoral no País. Antecipando cenários, classe diplomática examina possíveis contornos políticos que poderão resultar do desfecho das aguardadas eleições gerais de 2022.
Adalberto Costa Júnior, Abel Chivukuvuku e Filomeno Vieira Lopes, principais rostos da Frente Patriótica Unida (FPU), uma espécie de coligação pré-eleitoral que se diz estar a tirar sono ao MPLA, foram chamados, esta semana, em Luanda, para um encontro decorrido distante dos holofotes da imprensa, em que estiveram presentes duas mais respeitadas figuras da diplomacia residente em Angola: as embaixadoras dos Estados Unidos, Nina Maria Fite, e do Reino Unido, Jessica Hand, sabe o Novo Jornal.
Segundo as fontes do NJ, a sigilosa reunião ocorreu na residência oficial da representante da diplomacia norte-americana no País, no nobre bairro Miramar, centro da capital angolana.
Sobre a mesa do encontro, detalham as fontes, estiveram vários temas que dominam a actualidade política nacional, com enfoque para a pré-campanha eleitoral, que se tornou frenética após a introdução, na agenda política, da formalização da FPU e da anulação, pelo Tribunal Constitucional, do XIII Congresso da UNITA, que elegeu como presidente do maior partido na oposição no País o engenheiro Adalberto Costa Júnior.
“A pré-campanha política arrancou faz tempo e, nos últimos tempos, temos acompanhado episódios que podem colocar em causa a normal realização das eleições gerais do próximo ano. A comunidade internacional não podia ficar indiferente às denúncias de alegadas perseguições políticas e de suposta manipulação do sistema judicial pelo poder político, tal como tem vindo a ser denunciado pela oposição. Foi por isso que as duas embaixadoras convocaram os líderes da FPU para ouvirem desses as suas principais preocupações”, contam as fontes.