Angola: OMUNGA repudia “aliciamento de promotores” de manifestação

Sendo a OMUNGA uma organização nacional que trabalha na defesa e promoção dos direitos humanos em Angola, essencialmente, para crianças, adolescentes e jovens, mostra-se preocupada com o sentido de alienação do exercício da cidadania em Angola, particularmente na cidade capital. Entendemos que participação dos cidadãos na vida pública é um direito constitucionalmente consagrado, bem como o direito de manifestação e de reunião e outros.

Há cerca de 10 anos que é notável o nível de consciencialização dos cidadãos sobre os seus direitos, tendo, em razão disto, surgido muitas organizações da sociedade civil e movimentos de pressão que buscam através dos preceitos democráticos participar de forma activa na gestão do país.

Contudo, o exercício da cidadania não pode estar envolto de interesses inconfessos, para mais, mercantilistas. A sociedade civil deve-se posicionar como repositório dos valores morais, civis e patrióticas que devem guiar qualquer sociedade.

A sociedade civil deve liderar pelo exemplo, só assim conseguirá devolver esperança a muitos angolanos que acreditam na boa governação como única via possível para concretização dos valores como o de justiça, segurança, emprego, prosperidade, boa educação, sistema de saúde funcional etc.

Por isso, foi com enorme interesse e preocupação que acompanhamos pelas redes sociais as notícias que davam conta de alegadas negociatas em torno do cancelamento da manifestação que teria lugar no dia 26 de junho em Luanda.

É verdade que a cobertura jornalística, diga-se de passagem, incomum, feita pelos órgãos de comunicação público, nomeadamente, TPA e TVZIMBO, em que foi dada a conhecer o cancelamento da referida manifestação fez soar todos os alarmes sobre a existência de supostas negociatas.

Não somos contra qualquer tipo de cancelamentos de manifestações previamente convocadas, desde que, razões ponderadas assim aconselhem. Tal como, não somos a favor de arruaças travestidas de manifestações (com recursos à injuria e ofensa ao bom nome do mais alto mandatário da nação ou de qualquer outro angolano).

Porém, a ser verdade as notícias sobre o alegado silenciamento dos promotores da alegada manifestação, a Omunga apela a sociedade angolana no sentido de não se criar um clima de suspeição generalizado sobre as organizações da sociedade civil e que à semelhança da Omunga, muitas são as organizações ou grupos de pressão, efetivamente, comprometidas com a causa, isto é, o País.

Por uma cidadania vibrante e actuante, abaixo à corrupção!

Luanda aos 27 de junho de 2021

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