Angola: Polícia Nacional (PN) reprime “marcha” na província de Luanda. Ativistas e organizadores da marcha foram “detidos”

A Marcha pela libertação dos “presos políticos” foi reprimida pelas autoridades nacionais, alegando ausência de autorização do Governo da Província de Luanda (GPL). Ativistas e organizadores da marcha foram detidos.

Uma dezena de jovens angolanos foram detidos no início da tarde deste sábado (28.01) no Largo das Heroínas, em Luanda, quando se concentravam para a marcha que visava exigir a libertação de ativistas considerados “presos políticos”.

Os ativistas Laurinda Gouveia e Adolfo Campos, organizadores da marcha, também foram detidos.

Segundo as autoridades policiais, que impediram os manifestantes de falarem à imprensa, a manifestação não foi autorizada pelo Governo da Província de Luanda.

Entretanto, segundo Simão Kativa, um dos manifestantes, os ativistas presos no Largo da heroína já estão em liberdade. Laurinda Gouveia, Geraldo Dala e Matulunga foram deixados na província do Bengo, a 60 quilómetros de Luanda.

Já os ativistas “Angola Chora Por Socorro”, Adolfo Campos, entre outros, foram levados para kalomboloca. “Todos eles já estão a caminho de Luanda”, garantiu à DW África, Simão Kativa.

Kativa reprova a ação policial. “Estamos num país democrático e de direito. A política tem tido um comportamento reprovável a todos os níveis”.

Forte presença policial

Há agentes da polícia em todos os cantos da cidade de Luanda. Os agentes cercaram o Largo da Independência e das Heroínas, locais onde se realizam protestos em Luanda.

Efetivos da Polícia Nacional e outros agentes à paisana impedem os cidadãos de permanecerem nos espaços públicos, inclusive os jornalistas que estavam no local para reportar a marcha.

Há um ano atrás das grades, Gilson da Silva Moreira “Tanaece Neutro” e Luther Campos são acusados de vários crimes, entre os quais o de ultraje ao Estado.

“Tanaece Neutro”, condenado a pena de prisão suspensa de um ano e três meses, aguarda o acórdão do Tribunal da Relação face ao recurso interposto pelo Ministério Público.

Já o julgamento de Luther Campos foi adiado na sexta-feira (27.01) devido ao falecimento da juíza da quarta sessão do Tribunal de Luanda, onde o ativista é julgado.

A defesa afirma que “já não se justifica a prisão preventiva do arguido”.

São considerados “presos políticos” os ativistas Tanaece Neutro, Luther Campos, presos há um ano, ainda o líder da seita religiosa “A Luz do Mundo”, José Kalupeteca, e o líder do auto-denominado Movimento do Protetorado Lunda Tchokwe, José Domingos Mateus “Zecamutchima”.

 

 

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