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Angola: Sociedade Civil Juvenil pede “participação de observadores” da igreja católica nas eleições gerais

Um grupo de jovens angolanos, pediu este sábado, 05 de fevereiro em Luanda, a participação de observadores da igreja católica nas próximas eleições em Angola, agendadas para agosto, devido previsões de altos riscos de fraude e de violência.

As eleições angolanas os resultados definitivos sempre foram contestados pelos partidos políticos da oposição e pela população, sendo este o principal que deu razão aos jovens a apelarem para uma grande participação da sociedade civil, com maior realce a igreja católica como observadores.

Por outra, os jovens angolanos acusaram a Comissão Nacional Eleitoral angolana, que nas últimas eleições dificultou o processo e não credenciou a maioria dos delegados das assembleias de voto dos partidos da oposição, um facto que dizem ter facilitado as fraudes em grande escala.

Para o pleito eleitoral de Agosto próximo, o país já vive um clima de tensão política quase incontrolável, um facto evidente nos actos dos principais partidos políticos, cujos objectivos é o alcance da vitória sob o olhar atento do cidadão e potencial eleitor.

Lembrar que, o primeiro-ministro angolano, Marcolino Moco, disse ao se comentar sobre as eleições em Portugal que, em Angola, depois de tão longa guerra civil, há uma caixa de pandora que vai deslindando os pavores dos seus fantasmas, à medida que se aproxima o “dia fatal”.

No caso de Angola, entende que não é possível não haver uma tensão aterradora, pois, desde logo, o Presidente (candidato) da República, com todo o poder absoluto que tem exibido, conferido ou não pela Constituição “atípica”, não pode ser “julgado”, pelos seus acertos e desacertos, à margem do seu populoso partido.

Para o antigo primeiro-ministro, trata-se de uma “maravilhosa” armadilha para reforçar o confuso partido-estado que continua, por outras vias, e cada vez mais avassalador, no controlo da comunicação social e na banalização descarada do poder judicial.

“Coitado deste país que, com todos os mecanismos de “checks and balances” assassinados, não tem um chefe de estado que não seja um irredutível chefe da sua facção política, para se dedicar por dois minutos que sejam, na função de fiel da balança, nas tensões que o país vai vivendo! Sou criticado por alguns, por só apontar os problemas do partido que governa”, lamentou.

A UNITA, por exemplo, anunciou, a 02 de fevereiro que quer também ouvir a ministra das Finanças, Vera Daves, sobre a “prática reiterada” do ajuste direto na contratação publica, bem como o presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva “Manico”, mostrando-se “extremamente preocupada” com informações que apontam para a contratação da Indra, uma empresa espanhola rejeitada no país de origem por comissões ilegais, para organizar a logística para as eleições gerais de agosto de 2022.

A 04 de fevereiro, o MPLA observou que o 61º aniversário do início da Luta Armada de Libertação Nacional é celebrado no ano de realização de mais um pleito eleitoral que, a margem do sentimento de júbilo, deve servir de soberana ocasião para a expressão de acções de consolidação da paz e da democracia, preservação da unidade e da coesão nacionais e demais conquistas do povo, bem como o reforço da cidadania participativa, por uma Angola mais desenvolvida, democrática e inclusiva.

Há aproximadamente uma semana, os bispos da igreja católica em Angola, defenderam “verdade, justiça e transparência” na preparação das eleições gerais e exortaram todos os cidadãos a participarem do processo com “alto sentido de responsabilidade” e a “evitarem absentismo”.

Em linhas gerais, os bispos em referência, vêem a realização das eleições deste ano como a almejada consolidação da democracia ainda jovem e débil, embora já com alguma história no tempo.

Segundo o presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), José Manuel Imbamba, a democracia fortificada contribui, por sua natureza, indubitavelmente para a afirmação da dignidade humana, o reforço da justiça, da paz e do bem-estar entre os cidadãos”.

No entanto, os bispos católicos angolanos consideraram que se verifica em Angola um “perigoso vazio de diálogo” entre “governantes e governados” e entre as lideranças partidárias, o que “eleva o radicalismo e intolerância”, num contexto de “assustadora” pobreza.

 

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