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Angola: Tribunal Constitucional (TC) indefere “pedido de impugnação” do congresso do MPLA

O Tribunal Constitucional angolano indeferiu o pedido de impugnação do VIII Congresso Ordinário do MPLA, partido no poder, solicitado por António Venâncio, pré-candidato à liderança do partido, por se tratar de uma “providência cautelar não especificada”.

O Tribunal Constitucional (TC) angolano indeferiu o pedido de impugnação do VIII Congresso Ordinário do MPLA, partido no poder, solicitado por António Venâncio, pré-candidato à liderança do partido, por se tratar de uma “providência cautelar não especificada”.

O posicionamento do TC vem expresso num despacho datado de 07 de dezembro de 2021, assinado pela juíza presidente da instância judicial, Laurinda Prazeres Monteiro Cardoso, divulgado hoje.

Segundo o despacho, António Venâncio, militante do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) que viu rejeitada intenção de concorrer à liderança do partido neste congresso, requereu ao TC uma “providência cautelar não especificada em que solicita que seja intimado o MPLA a abster-se de realizar o congresso”.

O VIII Congresso Ordinário do MPLA teve início hoje e decorre até sábado, em Luanda, e João Lourenço, atual presidente do partido e da República de Angola, é candidato único à liderança da formação política.

Na sua providência cautelar, refere o Constitucional angolano, António Venâncio requer também que o MPLA “seja obrigado a recomeçar todo o processo orgânico do VIII Congresso, a nível central, elegendo uma comissão nacional eleitoral e procedendo à reestruturação e correção da comissão nacional preparatória”.

António Venâncio deu entrada da providência cautelar em 02 de dezembro.

O Tribunal Constitucional sublinha igualmente que o requerente alegou e concluiu que “pretendeu e pretende concorrer ao cargo de presidente do MPLA, mas se viu impedido de apresentar e formalizar sua candidatura, por ausência de uma comissão eleitoral”.

“Viu-se impedido de recolher assinaturas necessárias para apresentar e formalizar a sua candidatura, devido a atos de intimidação que de os militantes seus apoiantes foram alvo, e por ausência, até à data, de uma comissão eleitoral, viu-se impossibilitado de apresentar as suas reclamações”, lê-se no despacho.

Alegou ainda que foram “desrespeitados o direito de eleger e ser eleito, previstos nos estatutos e regulamentos eleitoral do partido, o direito de ser tratado de forma igual aos demais militantes, a garantia da inviolabilidade dos seus direitos e deveres e a garantia que as eleições para os cargos eletivos do partido sejam realizadas sem que o eleitor sofra quaisquer pressões para votar num ou noutro candidato”.

Para o TC de Angola, as referidas alegações e fundamentos, mormente no que respeita à natureza do processo adaptado pelo requerente, “permitem-nos concluir que o requerente se amparou de uma providência cautelar não especificada em detrimento do processo de impugnação de candidaturas”.

“Assim, é limiarmente indeferido o presente requerimento, nos termos do n.º 3 do artigo 474 do Código de Processo Civil, aplicável em virtude do disposto no artigo 2.º da Lei do Processo Constitucional”, concluiu o despacho do Constitucional angolano.

 

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