A diretora da Unidade de Informação Financeira (UIF) angolana, Francisca de Brito, admitiu hoje que o organismo exerce uma “fraca supervisão” principalmente na atividade não financeira, nomeadamente na imobiliária, jogos, advocacia, contabilistas e outras atividades
“Mas quando falamos, por exemplo, de jogos e imobiliária e não estar lá o que deveria ser feito é para nós um problema”, afirmou hoje Francisca de Brito, quando falava durante um debate sobre “Prevenção do Branqueamento de Capitais e o Financiamento ao Terrorismo”.
A responsável sustentou a insuficiente aplicação da legislação também constitui um problema para as ações do organismo que superintende, reconhecendo também a falta de estatísticas como um “grave problema” que é preciso resolver.
A problemática do ‘compliance’ (conformidade com leis e regulamentos) e supervisão das ações de Pessoas Politicamente Expostas (PPE) também foi tema de debate neste encontro, organizado pela Média Rumo, no âmbito das “Conversas com Rumo”.
Para Francisca de Brito, não há qualquer problema em ser uma PPE, mas nelas, notou, deve sempre recair uma atenção especial por gerirem muito dinheiro, admitindo que esta é uma “difícil e grande discussão”.
“Pede-se que as instituições tenham uma atenção especial às PPE porque elas gerem muito dinheiro, essa é uma discussão grande, mas elas merecem uma atenção especial porque gerem muito dinheiro”, observou.
Na sua intervenção, em resposta a um dos participantes ao encontro, a diretora da UIF assegurou um contínuo trabalho com todos os intervenientes e supervisores do setor financeiro para o consequente acompanhamento da regulamentação.
A Unidade de Informação Financeira, segundo a sua responsável, já se prepara para a regular avaliação por parte de organismos internacionais.
O sistema angolano de anti-branqueamento de capitais e de combate ao financiamento do terrorismo e a prevenção do branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo foram temas em discussão neste encontro.