Angola: UNITA e CASA-CE condenam “repressão da polícia” à manifestação de professores no Uíge

A UNITA e a CASA-CE, os dois principais partidos da oposição em Angola, condenaram a repressão da polícia à manifestação dos professores na passada quinta-feira, 1, na cidade do Uíge, e pediram um inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) à falta de pagamento de três anos de subsídios de exame devidos aos docentes. Partidos podem à PGR um inquérito à falta de pagamento de três anos de subsídios de exame

O secretário e deputado pelo círculo provincial da Unita no Uíge, Felix Simão Lucas, condenou veementemente a acção da Polícia de Intervenção Rápida (PIR).

“São comportamentos não favoráveis, isso não é muito bom para um país como o nosso que quer desenvolvimento, tocar numa classe como dos professores, isso é extremamente grave para o Governo, esses comportamentos têm crescido muito principalmente agora com a governação do Presidente João Lourenço”, afirmou Lucas, acrescentando que “nunca em nenhum país do mundo foi-se a este ponto, contra uma classe docente”.

O parlamentar exigiu do Gabinete Provincial de Educação esclarecimentos sobre o verdadeiro paradeiro dos mais de 200 milhões de kwanzas destinados ao pagamento de subsídio de exame dos professores no Uíge.

Por seu lado, o secretário provincial da CASA-CE, Fonseca António, considerou de antidemocrático o acto protagonizado pela polícia de intervenção rápida (PIR), num Estado democrático e de Direito e apelou a PGR a realizar um inquérito no caso “subsídio de exame dos professores no Uíge”.

“Não deixa de ser uma atitude anti-democrática e de direito, a PGR deve fazer o seu verdadeiro trabalho, procurar ouvir os dois lados e responsabilizar criminalmente os autores”, exigiu o secretário provincial daquela coligação eleitoral no Uíge.

Na manifestação do passado dia 1, 11 professores foram detidos

O protesto, no qual participaram mais de 100 docentes do ensino geral que nunca receberam o subsidio de exame desde 2019, durou cerca de uma hora até ser impedido pela Polícia de Intervenção Rápida (PIR), que usou gás lacrimogéneo e balas de borrachas para dispersar a marcha.

Uma pessoa ficou ferida.

Nem o Gabinete Provincial de Educação nem a polícia pronunciaram-se sobre os incidentes.

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