Angola: UNITA entregou dossier do “congresso ordinário” ao Tribunal Constitucional (TC) e espera aval

A UNITA, oposição angolana, entregou hoje no Tribunal Constitucional (TC) o dossier relativo ao seu XIII Congresso Ordinário que elegeu Adalberto Costa Júnior, e espera que a providência cautelar de militantes suspensos “não influencie” a documentação remetida.

Segundo o secretário-geral da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição, Álvaro Chikwamanga, o dossier do último conclave entrou no TC à luz da Lei dos Partidos Políticos.

O XIII Congresso Ordinário da UNITA realizou-se de 02 a 04 de dezembro de 2021, em Luanda, e elegeu Adalberto Costa Júnior como presidente do partido, na sequência de um acórdão do TC que anulou o congresso de 2019.

A lista dos membros eleitos neste conclave, a lista de documentos reitores alterados, atas eleitorais em relação ao processo que elegeu Adalberto Costa Júnior e as conferências eleitorais e o programa do partido fazem parte da documentação remetida ao Tribunal Constitucional angolano.

“A nossa expectativa é que o Tribunal faça o seu trabalho, verifique a conformidade dos nossos documentos com a lei e a Constituição e como tem sido que anote posteriormente os nossos documentos”, afirmou o político em declarações à Lusa.

A UNITA “trabalhou minuciosamente nos processos” e vai “esperar que o Tribunal Constitucional anote os documentos”, afirmou.

“Não acreditamos que surjam lacunas”, acrescentou.

No âmbito da preparação do congresso deste mês, a UNITA suspendeu alguns militantes e estes, “sem esgotar todos os recursos internos”, remeteram uma providência cautelar junto do TC onde requeriam a impugnação da primeira reunião da comissão política.

Questionado se a ausência de um posicionamento do TC sobre a solicitação dos militantes suspensos não terá reflexos na anotação dos documentos que deram entrada na instância judicial, Chikwamanga espera que o tribunal “não tenha dois pesos e duas medidas”.

“Há dias ouvimos na comunicação social que, no caso do partido que governa, uma providência foi indeferida com razões de que assuntos do género devem ser resolvidos internamente, porquanto o Tribunal também deverá ter o cuidado de não cair na história de dois pesos e duas medidas”, frisou.

“Porque, nos termos dos nossos estatutos esses [militantes suspensos] violaram algumas normas. Se o tribunal quiser julgar de forma imparcial tenho certeza de que a providência cautelar nada irá afetar os documentos que nós hoje remetemos”, rematou o político da UNITA.

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) realizou igualmente na última semana o seu VIII Congresso Ordinário que reelegeu João Lourenço, atual Presidente angolano, como líder do partido.

As próximas eleições gerais em Angola estão previstas para o segundo semestre de 2022.

 

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