Brasil: “Nada a fazer perante a crescente islamização de Angola”?

O Governo holandês levou ao Parlamento uma proposta que visa limitar “excessos” atribuídos à comunidade muçulmana.

Com 6% da população muçulmana, o Governo de Haia acha, agora, que essa minoria religiosa tem subvertido os valores culturais do país.

No texto que foi à aprovação do Parlamento, o Governo sustenta que o “multiculturalismo” que o país adotou há muito tem “incentivado os imigrantes muçulmanos a criarem uma sociedade paralela e cada vez mais nociva”.

No dia 16 de Junho, o ministro do Interior levou ao Parlamento um projecto de lei em que afirma expressamente: “O governo partilha a insatisfação do povo holandês face ao modelo de uma sociedade multicultural na Holanda e manifesta a sua intenção de agora concentrar as suas prioridades nos valores fundamentais do povo holandês. Sob o novo sistema de integração, os valores holandeses terão um papel fulcral e, portanto, o governo não adere mais ao modelo de uma sociedade multicultural”.

No documento, Piet Hein Donner diz que freios ao multiculturalismo  são necessários porque “a sociedade holandesa está-se a desintegrar, em termos de identidade e já ninguém se sente em sua casa, na Holanda”.

O ministro prometeu ao Parlamento que a política de “integração dos imigrantes será muito mais exigente. Por exemplo, os imigrantes devem necessariamente aprender holandês e o governo holandês vai tomar medidas coercivas em relação aos imigrantes que ignoram os valores do país e desobedeçam às leis do país”.

Os freios ao multiculturalismo implicarão, ainda, o fim aos  “subsídios especiais aos muçulmanos para os integrar” 

A islamização de Angola está em franco crescimento não porque angolanos decidiram aderir em massa ao islão, mas, essencialmente, porque a política de imigração angolana é especialmente atractiva para os muçulmanos

O projecto de lei do Governo prevê, também, a criação de legislação proibindo os casamentos forçados, bem como legislação que impõe medidas severas para imigrantes muçulmanos que, por sua livre vontade, reduzam as suas hipóteses de emprego pela maneira como se vestem. Especificamente, o Governo proíbe, a partir de agora, ouso de roupas que cubram o rosto, como o véu, burca, hijab, etc.

Em Angola, há uma crescente comunidade muçulmana que age não de acordo com a legislação nacional, mas conforme os hábitos e ditames da sua religião.

Com o comércio a retalho sob seu absoluto controlo, as lojas e cantinas de muçulmanos não vendem, por exemplo, carne de porco, alimento amplamente consumido pelos angolanos. Também não vendem bebidas alcoólicas. “Os muçulmanos em Angola também não respeitam os feriados e dias de descansos estabelecidos na nossa legislação. Os angolanos que trabalham em lojas e cantinas de muçulmanos cumprem jornadas de trabalho que ferem a legislação angolana, a qual estabelece o período da tarde de sábado e o dia de domingo como jornadas de repouso. Pela lei angolana, a jornada de trabalho é de 44 horas semanais. Mas as lojas e cantinas de muçulmanos trabalham ininterruptamente de segunda a segunda. Cumprem, apenas, uma pausa de 1 hora à sexta-feira”.

Além do monopólio do comércio a retalho, é, também, a comunidade muçulmana que controla o comércio paralelo de divisas em Angola.

“Em Luanda, é o Mártires de Kifangondo – e não o Banco Nacional de Angola – que estabelece diariamente a cotação das divisas”.

Fracassaram todas as tentativas do Governo de retirar o “comando remoto” do comércio de divisas ao fragmento oeste-africano da comunidade  muçulmana em Angola.

O ordenamento jurídico angolano não acolhe a poligamia. Mas os muçulmanos em Angola podem desposar a quantidade de mulheres que quiserem.

A islamização de Angola está em franco crescimento não porque angolanos decidiram aderir em massa ao islão, mas, essencialmente, porque a política de imigração angolana é especialmente atractiva para os muçulmanos.

Há, em Angola, muçulmanos que conseguiram vistos de trabalho ou de permanência para vender recargas telefónicas nas ruas.

Com a conivência ou cumplicidade das autoridades, também em Angola a comunidade muçulmana começa a alterar as nossas regras de jogo.

Por isso, talvez não fosse desavisado acompanhar com mais atenção a iniciativa legislativa do Governo de Haia.

Diz a sabedoria popular que homem avisado põe os seus cabelos de molho quando a casa do vizinho está em chamas…

Nos dias de hoje, a maior parte dos conflitos mais sangrentos que varrem o mundo, nomeadamente a África, têm indeléveis impressões digitais de comunidades muçulmanas.

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