Cafunfo: Comandante-geral da Polícia diz que “violência em Moçambique começou assim”

O comandante-geral da Polícia Nacional angolana disse hoje em Luanda que a situação que o norte de Moçambique está a viver hoje, sob ataques de grupos armados, começou como a que ocorreu sábado na região do Cafunfo, na província da Lunda Norte.

Paulo de Almeida, que falava em conferência de imprensa para esclarecimentos da situação ocorrida sábado na zona diamantífera de Cafunfo, no município do Cuango, província da Lunda Norte, anunciada como uma manifestação, que terminou na morte de seis pessoas, cinco feridos e 16 detidos, na sequência de uma tentativa de invasão de uma esquadra da polícia.

“Não ignorem estas situações que estão a ocorrer, não se entusiasmem. Vou dar um exemplo muito simples e concreto. Sabem o que é que se está a passar em Moçambique? Como está Moçambique neste momento, na província de Cabo Delgado? Tudo começou assim. E hoje é um país irmão que está aflito, a apelar o apoio internacional para voltar à paz”, referiu.

Segundo Paulo de Almeida, é uma situação que não pode ser ignorada nem tão pouco negligenciada.

O comandante-geral da Polícia Nacional sublinhou que há princípios, causas a defender.

“E a defesa somos todos nós, porque quem vai sofrer somos nós. Se houver guerra em Angola quem sofre somos todos nós, esta guerra que dilacerou durante anos a todos nós. Pensem nisso, não se entusiasmem com algumas influências externas, porque eles nunca vão querer o bem de Angola, seja que Governo aqui estiver e que lutará pelo bem de Angola, nunca algumas influências externas vão querer. É preciso ter isso em conta”, disse.

Paulo de Almeida regozijou-se com a reação policial de Angola, que disse ser das melhores no continente africano.

“É das melhores, com os nossos defeitos, as nossas dificuldades, os nossos penteadores, mixeiros, temos ainda uma polícia muito bem organizada e preventiva. Temos os melhores resultados”, disse.

A manifestação estava prevista para sábado, mas não foi autorizada pelas autoridades da província. Contudo, segundo a polícia, às 04:00 um grupo de 300 pessoas, dirigiu-se à esquadra para invadir o edifício, munidos de armas de fogo, armas brancas, objetos contundentes, que resultou na morte de seis manifestantes, cinco feridos, entre os quais dois efetivos da polícia e das forças armadas, e 16 detidos.

O protesto foi promovido pelo Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe, que dias antes denunciou que as autoridades pretendiam inviabilizar a referida manifestação com atos intimidatórios.

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