Cerca de “300 casas demolidas” no bairro do Zango 3, sector B em Luanda deixam 300 famílias ao relento no Zango 3

Aconteceu na madrugada do dia 27 de Fevereiro, forças mistas da polícia nacional, Serviço de Investigação Criminal e militares da PCU Posto de Comando de Luanda com auxilio da administração municipal de Viana demoliram cerca de 300 casas no bairro do Zango 3, sector B em Luanda.

A administração de Viana diz que vai fazer sair uma nota a esclarecer o assunto.

Os moradores do sector B do Zango 3 dizem que foram surpreendidos, sem qualquer aviso prévio, forçados a saír de suas casas, para serem demolidas.

Um dos moradores, que se indetificou apenas como Adilson disse que forças policiais em “cerca de 22 carros, por volta da 1 hora da madrugada, chegaram armados com ordem para sairmos de casa”, disse acrescentando que os agentes disseram estar a cumprir “ordens superiores” mas não tinham qualquer “notificação”.

“Houve surra, eu fui detido fiquei quase cinco horas na esquadra da polícia, um grupo de homens armados agrediram o meu vizinho, haviam forças mistas da policia, do SIC e tropas da PCU”, acrescentou

Segundo os moradores está a ser erguido ao ladodo local onde tinham as suas casas um mega shoping center e os propietários pretendem a zona onde vivem estas pessoas há mais de sete anos.

“Quem está a fazer a obra aqui ao lado é a OMATAPALO, se na realidade eles acham que nós não somos angolanos, então que nos digam”, disse Adilson.

“A maioria aqui como eu fizemos crédito, para construir a casa dos sonhos e agora vemos o sonho a cair por terra”, acrescentou.

A senhora Henriqueta, outra moradora que viu sua casa a ser demolida contou à VOA que levou anos para construir a casa e que “só precisou de cinco minutos para assistir sua casa ser destruída”.

“Ha casas que nem deu tempo de tirar as coisas, partiram tudo dentro, porque eles não queriam ouvir ninguém”, disde a residente do bairro paa quem “o comandante da polícia que aqui esteve, não sei se é ser humano, era só maltratos, prender as pessoas, sem nenhum aviso, nada”.

“Eu que tive de fazer crédito bancário, só agora comecei a pagar, levar anos e anos a construir e em cinco minutos ver a minha casa no chão”, disse ainda Henriqueta.

“Nós estamos a ser tratados como lixo, depois de partirem as casa ainda disseram “fiquem bem”, disse a residente afirmando que viu “pessoas a desmaiar, é doloroso.”

Alguns do residentes conseguiram um tecto só para colocarem as crianças a dormir.

“Deixaram aqui as pessoas ao relento com a família, conforme vê, tivemos que pedir aos vizinhos só para deixar as crianças com sono ainda poderem dormir, essa prepotência toda, está aí”,disse outro residene que se identificou pelo nome de Pedro.

“Nós assim na nossa terra parece que somos estrangeiros, ha pessoas aqui ha mais de sete anos neste bairro, agora aonde vamos nos atirar? Quem nos vai receber com as nossas coisas?”, inerrogou.

Nós tentamos contactar o administrador de Viana e um dos seus colaboradores de nome Januário Damião disse nos que o administrador não se vai pronunciar sobre o assunto mas a administração faria sair uma nota em breve a esclarecer o que ocorreu.

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