A Consultora Oxford Economics reviu em alta a previsão para a inflação em Angola este ano e sobretudo no próximo ano, antecipando agora uma subida de preços de 22,7% até ao final do primeiro semestre de 2024.
A revisão da previsão sobre o aumento dos preços em Angola surge na sequência da divulgação da inflação homóloga de novembro, que ficou nos 18,19%, subindo 2,3% face ao valor registado em outubro.
“A forte depreciação da moeda, com o kwanza a transacionar no pior valor de sempre, perto de 833 por dólar, levou a um ressurgimento da inflação alimentar, a que se junta a redução dos subsídios aos combustíveis, que começou a colocar pressão na inflação dos transportes”, escrevem os analistas da Oxford Economics.
No comentário aos valores de novembro, divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística, o departamento africano da britânica Oxford Economics lembra que “a inflação está ao nível mais alto desde agosto de 2022 e está a subir pelo sétimo mês consecutivo, desde maio”.
Para os analistas, a taxa de inflação deverá continuar a aumentar, prevendo que chegue aos 18,9% no final deste ano, uma revisão em alta face aos 18% previstos pela consultora no mês passado.
“Prevemos que a taxa de inflação continue a subir para 18,9% no final deste ano, aumentando para 22,7% no final do segundo trimestre face ao homólogo, devido ao impacto do enfraquecimento da taxa de câmbio nos bens alimentares importados”, estimam, agravando a previsão anterior, que apontava para uma subida de 20,3% no conjunto do próximo ano.
Os preços em Angola registaram uma subida de 18,19% em novembro face ao período homólogo do ano passado, subindo 2,1% face aos valores de outubro, anunciou na quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística de Angola (INEA).
De acordo com o relatório, a classe da alimentação e bebidas não alcoólicas “foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços, com 1,53 pontos percentuais durante o mês de novembro”.
Relativamente a outubro, o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) “registou uma variação de 2,21%”, registando-se uma subida maior em Luanda, com mais 3,01%, num mês em que Moxico teve a menor variação nos preços, com apenas 1,28%.
Sobre a política monetária, a Oxford Economics prevê que o Banco Nacional de Angola (BNA) mantenha o intervalo cambial entre 830 e 845 kwanzas por dólar até final do próximo ano, podendo aumentar a taxa de juro diretora em 150 pontos-base no primeiro semestre de 2024 “devido à continuação da subida da inflação e à modesta recuperação económica” nos próximos trimestres.