“Cooperação Portugal-Angola na área da defesa deve ser alargada e aprofundada” — CEMGFA

O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), António Silva Ribeiro, defendeu hoje que a cooperação entre Portugal e Angola no domínio da defesa deve ser aprofundada e alargada a áreas como saúde e ciberdefesa.

O almirante falava aos jornalistas no final de uma visita de três dias a Angola, na sequência da assinatura do “Programa-Quadro no domínio da Defesa 2022-2026”, assinado na terça-feira pelo ministro angolano da Defesa Nacional e dos Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, e a ministra da Defesa portuguesa, Helena Carreiras.

O militar fez um balanço “muito positivo” da passagem por Angola, que permitiu detalhar um conjunto de ações para materializar as orientações políticas que estão definidas no programa e avaliar as capacidades que as Forças Armadas Angolanas (FAA) “estão a desenvolver no sentido de se modernizarem e cumprirem as suas missões”.

Apontou, nomeadamente, a “extraordinária base naval” que está a ser construída no Soyo e que considerou essencial para a operação da Marinha de Guerra de Angola na vigilância daquela fronteira marítima e da fronteira fluvial do rio Zaire.

“Saio daqui uma com uma visão mais robusta sobre o que devemos fazer em colaboração com as FAA, no sentido de alcançar os objetivos que nos foram fixados pelo poder político”, sublinhou.

O CEMGFA realçou que a cooperação entre os dois países “é bastante antiga e frutuosa”, tendo estado até agora centrada na formação dos quadros e deve ser ajustada às necessidades do momento.

“Se, no passado, tivemos essa formação estruturante ao nível dos quadros das Forças Armadas penso que agora, e, como está vertido no programa-quadro, existe um conjunto de condições para alargar essa cooperação e aprofundarmos a domínios técnicos como saúde, ciberdefesa, planeamento estratégico e outras áreas”, em que as forças dos dois países “podem colaborar e potenciar-se reciprocamente”.

Nos encontros que manteve foram também debatidas as questões relativas à segurança do Golfo da Guiné, uma região extremamente sensível onde têm surgido fenómenos de pirataria e “que suscita grandes preocupações”, bem como a o conflito na Ucrânia, do ponto de vista da segurança global.

 

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