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“Economia de Angola prevê abrandar para 1,8% este ano, essencialmente devido aos problemas no setor petrolífero” — Consultora Fitch Solutions

A Consultora Fitch Solutions prevê que a economia de Angola vá desacelerar dos 4% no ano passado para 1,8% este ano, essencialmente devido aos problemas no setor petrolífero, assentando a expansão no setor não petrolífero.

De acordo com o relatório sobre a economia de Angola, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, estes analistas da consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings estimam que em 2024 o crescimento da economia de Angola acelere para 2,3%.

“Os atrasos nas principais reformas que têm como objetivo melhorar o ambiente de negócios e facilitar o investimento são um dos principais riscos ao crescimento económico e à estabilidade política a longo prazo”, apontam, acrescentando que “o crescimento económico deste ano será assente largamente no setor não petrolífero”.

Entre as principais previsões, a Fitch Solutions aponta a descida dos preços do petróleo nos próximos trimestres como um fator negativo para o país, vincando que “a moderação dos preços globais do petróleo e da produção interna colocam uma pressão descendente na exportação de bens angolanos deste ano”, o que faz com que antevejam que a posição externa de Angola se vá “deteriorar gradualmente entre 2023 e 2027”.

No relatório, os consultores estimam também que o Banco Nacional de Angola (BNA) vá cortar a taxa de juro em 250 pontos base, ou seja, 2,5 pontos percentuais, o que fará com que a taxa de referência desça para 17% até final deste ano.

“A descida da inflação e a fraca atividade económica deverá encorajar o BNA a fazer estes cortes durante este ano”, lê-se no relatório, que mantém a estimativa de redução da dívida pública, que deverá descer dos 61,8% do ano passado para uma média de 56,2% entre 2023 e 2027.

Já no que diz respeito à evolução da moeda angolana, a previsão aponta para uma “ligeira desvalorização” neste e no próximo ano, passando de uma média de 503,5 a 520 kwanzas por dólar, neste semestre, para 520 a 545 kwanzas por dólar no próximo ano.

“Uma depreciação excessiva da moeda pode aumentar o custo da dívida externa, o que colocaria riscos à sustentabilidade da dívida”, concluem os analistas.

 

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